Alemanha: Maioria dos pedidos de asilo de homens russos rejeitados

Na Rússia, os jovens são convocados para o serviço militar. Desde o início da guerra na Ucrânia, mais de 6.300 jovens russos solicitaram asilo na Alemanha.

Mais de três anos após o início da guerra na Ucrânia, cerca de 350 russos do sexo masculino em idade militar receberam asilo ou proteção na Alemanha. É o que demonstra uma resposta do Ministério Federal do Interior a uma pergunta do Partido de Esquerda, sobre a qual o grupo de mídia Funke relata. A resposta também está disponível na Agência de Imprensa Alemã.

Do início de 2022 até abril de 2025, 6.374 homens russos com idades entre 18 e 45 anos solicitaram asilo na Alemanha. 349 deles foram reconhecidos como refugiados ou requerentes de asilo, receberam proteção subsidiária ou foram sujeitos à proibição de deportação. No entanto, a maioria dos pedidos de asilo foram rejeitados ou, segundo as informações, foram resolvidos.

Comentando os números, a deputada do Partido de Esquerda Clara Bünger disse: "Comparado às centenas de milhares de pessoas que deixaram a Rússia para evitar o serviço militar, esse é um número vergonhosamente baixo." A promessa do ex-chanceler Olaf Scholz (SPD) de fornecer proteção àqueles que não quisessem participar da guerra contra a Ucrânia , que violava o direito internacional, nem sequer foi implementada.

"O direito à objeção de consciência está sob enorme pressão em tempos de rearmamento e militarização, como demonstram os debates sobre a reintrodução do recrutamento neste país." De acordo com o Partido de Esquerda, objetores de consciência devem receber proteção de asilo.

A Rússia trava uma guerra de agressão contra a Ucrânia desde 24 de fevereiro de 2022 e, devido às altas perdas, precisa constantemente de novos soldados. Duas vezes por ano, Moscou convoca mais de 100.000 homens entre 18 e 30 anos para o serviço militar de um ano. Durante a última convocação em março, o chefe do Kremlin , Vladimir Putin, ordenou o recrutamento de 160.000 homens.

Este é o maior número de recrutas desde que o Kremlin começou a depender cada vez mais de soldados profissionais contratados e temporários como parte de sua reforma do exército em 2012. Oficialmente, os recrutas não participam da guerra contra a Ucrânia. No entanto, eles já se envolveram em combates na região da fronteira russa em diversas ocasiões.