França: Macron nomeia Lecornu como primeiro-ministro – hoje é o dia das manifestações em massa

Na França, bloqueios e atos de sabotagem são esperados para esta quarta-feira, após convocações nacionais para manifestações. A extensão dos protestos ainda é incerta. O Ministro do Interior, Bruno Retailleau, anunciou que mobilizará 80.000 policiais e tomará medidas decisivas contra os bloqueios. A empresa ferroviária anunciou interrupções nos serviços regionais. As operações nos aeroportos franceses também podem ser paralisadas, alertou a Autoridade Francesa de Aviação Civil (DGAC).

Apenas um dia após a queda do governo de centro-direita na França, o presidente Emmanuel Macron nomeou o ex-ministro da Defesa Sébastien Lecornu como primeiro-ministro na noite de terça-feira. O político de 39 anos, que ocupa vários cargos ministeriais, é considerado um confidente de Macron. Lecornu agora consultará as forças políticas na Assembleia Nacional para elaborar o orçamento urgentemente necessário, foi anunciado. Ele também chegará a acordos com elas sobre as decisões a serem tomadas nos próximos meses.
O comunicado do Palácio do Eliseu afirmava que somente depois disso o novo primeiro-ministro proporia sua equipe de governo. Suas ações deveriam ser pautadas, entre outras coisas, pela defesa da independência e da força da França. "O Presidente da República está convencido de que, sobre essas bases, um acordo entre as forças políticas é possível, respeitando as convicções de cada uma."

Após a destituição do primeiro-ministro François Bayrou, o presidente Emmanuel Macron está novamente sob os holofotes. Ele não tem muito tempo: um novo movimento da sociedade civil o pressiona. Mas ele está usando esse tempo para nomear rapidamente um novo chefe de governo.
Vindo dos conservadores, Lecornu foi nomeado para o governo centrista de Édouard Philippe em 2017. Diz-se que Lecornu tem certa afinidade com a líder nacionalista de direita Marine Le Pen. Ele é considerado um político tolerado pela direita burguesa e que, pelo menos na esquerda, não encontra oposição flagrante.
Na noite de segunda-feira, o ex-primeiro-ministro François Bayrou perdeu um voto de confiança na Assembleia Nacional após menos de nove meses no cargo, derrubando assim seu governo minoritário. O gabinete de centro-direita de Michel Barnier já havia caído em dezembro. Após meses de instabilidade, a França agora precisa esperar por progresso político.
Isto é especialmente crucial no que diz respeito ao orçamento. O país, altamente endividado, precisa estabilizar seu curso de austeridade e aprovar um orçamento para o próximo ano. Ainda não está claro como um novo governo conseguirá isso, dadas as posições amplamente divergentes no parlamento dividido.
süeddeutsche