32 palestinos mortos e mais 80 feridos em ataque do exército israelense; vítimas aguardam distribuição de ajuda em Rafah

O exército israelense matou 32 palestinos e feriu mais de 80 no norte de Rafah (sul de Gaza ) no sábado, 19 de julho, quando tropas abriram fogo contra uma multidão que esperava por distribuição de alimentos perto de dois pontos de distribuição militarizados apoiados pelos EUA, de acordo com uma fonte médica.

De acordo com uma fonte do necrotério do Hospital Naser, entre os mortos estão 25 homens — que geralmente vão até lá em busca de comida para suas famílias — e mais quatro corpos não identificados, incluindo o de uma mulher.

Mais três corpos foram contabilizados posteriormente, de acordo com um comunicado do Ministério da Saúde, que alertou para "um desastre humanitário sem precedentes se esse silêncio internacional continuar".

Tropas israelenses cercaram a área, onde milhares de palestinos se reuniram tentando chegar a um centro de distribuição de alimentos, e começaram a atirar na multidão, de acordo com testemunhas oculares e fontes locais citadas pelo Haaretz.

Este último massacre, após a morte de pelo menos mais uma dúzia de moradores de Gaza perto de outro centro de distribuição ontem, ocorre em um momento em que cada vez mais palestinos sofrem de desnutrição e fome devido à falta de alimentos disponíveis. Apesar disso, Israel continua se recusando a permitir a entrada em massa de ajuda humanitária por meio do mecanismo da ONU.

Até a farinha se tornou difícil de encontrar nos mercados, e um quilo pode custar até US$ 70, segundo a EFE.

Ontem, o Ministério da Saúde de Gaza e médicos de vários hospitais, incluindo o Hospital de Campanha Especializado do Kuwait, no sul de Khan Yunis, alertaram sobre a chegada de um número "sem precedentes" de pessoas deslocadas com sinais de desnutrição aguda e fadiga devido à privação prolongada de alimentos.

"Todos os casos que chegam agora precisam urgentemente de comida, e não de remédios. Alertamos que centenas de pessoas cujos corpos estão completamente debilitados correm o risco de morrer quando seus corpos não aguentarem mais", disse Suhaib al-Hams, diretor do centro médico, em um comunicado.