Regressão democrática em andamento…

Basta tomar nota do decreto que cria e define a composição da Comissão de Reforma Eleitoral, assinado por Claudia Sheinbaum Pardo e publicado nesta segunda-feira no Diário Oficial , para confirmar que o processo de retrocesso democrático impulsionado desde os mais obscuros redutos quadripartidários incentivados por seu perverso fundador e guia Andrés Manuel López Obrador está em andamento e não se deterá até conseguir impor no México um governo ditatorial à imagem e semelhança dos que hoje vigoram em Cuba, Venezuela, Nicarágua e outros "países amigos"...
Diante da incorporação de figuras como Rosa Icela Rodríguez, do Ministério do Interior, Ernestina Godoy, José Merino, Lázaro Cárdenas, Jesús Ramírez ou Arturo Zaldívar, todos inaceitáveis, assim como seu questionado coordenador Pablo Gómez Álvarez, fica mais do que claro o rumo que tomará o "trabalho" a ser realizado e a importância que terão as contribuições dos fóruns de discussão anunciados na definição de reformas à legislação eleitoral vigente, para conhecer as opiniões de especialistas e, mais ainda, das (manipuladas) "boas e sábias" pessoas cujos comentários, diz-se, também serão necessários...
O mesmo não se aplica a membros e ex-membros de órgãos oficiais como o Instituto Nacional Eleitoral (INE) e o Tribunal Eleitoral da Justiça Federal, nem à sociedade organizada. Nesse caso, a expectativa é que suas vozes sejam ouvidas, mas apenas isso, pois, se lhes é concedido o poder de definir mudanças por meio do voto, pouco ou nada é dito.
E quanto às questões a serem consideradas em uma potencial iniciativa de reforma patrocinada pelo Poder Executivo, embora nada seja mencionado no decreto, já sabemos da proposta de redução do número de deputados federais e senadores por meio do cancelamento de circunscrições plurinominais, redução de contribuições financeiras a partidos políticos e, embora ainda não esteja tudo claro, alteração de regulamentos com a intenção velada de permitir o controle sobre os processos seletivos e a configuração dos órgãos de governo dos três poderes.
Uma verdadeira e perigosa regressão democrática, então…
Asteriscos
- E mais: coube à Ordem dos Advogados do México (OMA), liderada por Ana María Kudisch, levantar a voz novamente para denunciar a investida do 4T contra a liberdade de expressão e alertar que qualquer tentativa de silenciar vozes críticas, manipular informações ou restringir o debate livre e plural "é uma ameaça à convivência democrática".
A gente se vê na próxima quarta-feira com mais uma matéria da Essência Política.
@EnriqueAranda_P
24-horas