SURPRESA! O RBI Índia corta as taxas; os mercados asiáticos estão em expectativa.

A economia asiática vivenciou um dia de movimentações significativas em 7 de junho de 2025: o Banco da Reserva da Índia (RBI) implementou um corte surpreendente e agressivo nas taxas de juros para estimular o crescimento. Os mercados regionais, por sua vez, permanecem atentos às negociações tarifárias globais que podem redefinir o comércio internacional.
O Banco da Reserva da Índia (RBI) surpreendeu os mercados financeiros na sexta-feira ao anunciar um amplo pacote de medidas de flexibilização monetária, buscando impulsionar a economia do país em meio à incerteza global. Enquanto isso, outras economias asiáticas importantes, como o Japão, permanecem presas em negociações comerciais delicadas que deixam os investidores nervosos.
Em uma decisão que superou em muito as expectativas da maioria dos analistas, o Comitê de Política Monetária (MPC) do RBI, após sua reunião encerrada em 6 de junho, cujas repercussões foram amplamente analisadas em 7 de junho, optou por um corte de 50 pontos-base na taxa repo. Isso eleva a taxa básica de juros para 5,5%, ante 6,0%. Este é o terceiro corte consecutivo em 2025, reduzindo cumulativamente o total em 100 pontos-base desde fevereiro, o mais acentuado desde a pandemia.
Além disso, o RBI anunciou uma redução no Índice de Reserva de Caixa (CRR) – a porcentagem de depósitos que os bancos devem manter em reserva – em 100 pontos-base, para 3%. Essa medida será implementada em fases a partir de setembro e estima-se que injetará aproximadamente ₹ 2,5 trilhões (cerca de US$ 30 bilhões) de liquidez no sistema bancário.
O governador do RBI, Sanjay Malhotra, justificou essa flexibilização agressiva citando uma perspectiva de inflação mais contida, com a previsão para o ano fiscal de 2026 revisada para 3,7%. Ele afirmou que "vencemos a guerra contra a inflação" e que o foco agora está em impulsionar o crescimento econômico, projetado em 6,5% para o ano fiscal de 2026, e em fornecer segurança aos mercados em um ambiente global desafiador.
Um aspecto fundamental do anúncio foi a mudança na postura da política monetária do RBI, que passou de "acomodatícia" para "neutra". Essa recalibração sugere que, embora o banco central tenha agido de forma decisiva, as medidas futuras serão mais cautelosas e estritamente dependentes da evolução dos dados econômicos.
- * Mercado de Ações: Os principais índices de ações da Índia, o Sensex e o Nifty, reagiram com fortes ganhos em 6 de junho. O Sensex fechou com ganho de 0,92%, a 82.188,99 pontos, enquanto o Nifty avançou 1,02%, a 25.003,05 pontos. Setores sensíveis à taxa de juros, como bancos, imobiliário e automóveis, lideraram os ganhos.
- * Mercado de Títulos: Os rendimentos dos títulos públicos de curto prazo caíram, refletindo o aumento da liquidez e a redução das taxas de juros. No entanto, os rendimentos dos títulos de longo prazo subiram ligeiramente, uma reação atribuída à mudança da postura política para "neutra", o que reduz as expectativas de novos cortes agressivos.
- * Moeda: A rupia indiana (INR) mostrou força em relação ao dólar americano (USD) após o anúncio, fechando em 85,74 por dólar em 6 de junho.
- * Investidores Estrangeiros (IEFs): Observou-se uma reversão nos fluxos de investimento estrangeiro. Após uma semana de vendas líquidas, os IEFs realizaram compras líquidas na sexta-feira, atraídos pela melhora das perspectivas de crescimento.
A ousadia do RBI, especialmente com a redução significativa da taxa básica de juros (CRR), demonstra uma firme determinação em reanimar a economia. Ao declarar a batalha contra a inflação "vencida" e adotar uma postura "neutra", o banco central envia um sinal claro: o crescimento agora é a prioridade, embora o escopo para uma flexibilização mais agressiva pareça limitado. Essa estratégia pode gerar volatilidade se a inflação ressurgir ou se o crescimento não responder como esperado.
"A ousada decisão do RBI de cortar a taxa repo em 50 bps para 5,5% e reduzir a CRR em 100 bps é um passo decisivo para facilitar a liquidez sistêmica." – Amit Kumar, analista.
Enquanto a Índia adota medidas internas enérgicas, o restante da Ásia monitora de perto as tensões comerciais globais. Em 7 de junho, o Japão relatou "progresso" em suas negociações com os Estados Unidos para aliviar as tarifas impostas por Washington sobre automóveis, aço e alumínio, embora tenha reconhecido que um acordo final ainda não foi alcançado. Essas discussões são vitais para a economia japonesa e têm implicações para as cadeias de suprimentos regionais.
Nos mercados de ações, o Índice Hang Seng de Hong Kong subiu 1,5% em 6 de junho, apesar dos dados industriais mais fracos na China continental, enquanto outros mercados asiáticos e europeus registraram ganhos modestos naquele dia. A evolução dessas negociações tarifárias continua sendo uma fonte importante de incerteza que pode restringir o crescimento e o investimento em toda a região, apesar das medidas locais de estímulo econômico, como as implementadas pela Índia. A interconexão das economias asiáticas as torna particularmente sensíveis às políticas comerciais das grandes potências.
La Verdad Yucatán