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NASA revela segredos da Lua e do interior do asteroide Vesta com nova análise gravitacional

NASA revela segredos da Lua e do interior do asteroide Vesta com nova análise gravitacional

A Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço dos EUA (NASA) revelou novos detalhes fascinantes sobre as estruturas internas do nosso satélite natural, a Lua, e do enorme asteroide Vesta. As descobertas, publicadas em 14 de maio na revista Nature, são baseadas em uma reanálise de dados gravitacionais coletados por missões espaciais anteriores, demonstrando o poder dessa técnica para explorar mundos distantes sem pousar neles.

No estudo lunar, os cientistas desenvolveram um novo modelo da gravidade da Lua que incorpora variações sutis detectadas durante sua órbita elíptica ao redor da Terra. Essas flutuações fazem com que a Lua "flexione" levemente devido à força de maré exercida pelo nosso planeta, um processo conhecido como flambagem de maré. A análise dessa deformação revelou que o lado próximo da Lua (aquele que sempre vemos da Terra) flexiona mais que o lado distante.

A explicação mais provável para essa assimetria na flexibilidade é a presença de uma região de manto mais quente com maior concentração de elementos radioativos geradores de calor nas profundezas do lado próximo.

Esta descoberta fornece a evidência mais forte até o momento de que a atividade vulcânica intensa e prolongada, ocorrida há cerca de 2 a 3 bilhões de anos, foi responsável pela formação dos vastos "mares" lunares (grandes planícies basálticas escuras) e pelo acúmulo desses elementos radioativos no manto subjacente naquele lado lunar.

Essa compreensão mais profunda da assimetria lunar é crucial para entender a evolução geológica do nosso satélite. Paralelamente, a equipe da NASA aplicou uma abordagem semelhante para estudar o asteroide Vesta, um dos maiores objetos no cinturão de asteroides.

Ao analisar as propriedades rotacionais de Vesta, particularmente sua leve "oscilação" enquanto gira, e ao medir precisamente seu momento de inércia (uma característica sensível à forma como a massa é distribuída dentro dele), os pesquisadores chegaram a uma conclusão surpreendente.

Ao contrário da ideia de que Vesta tem uma estrutura interna distinta e em camadas, como uma cebola (com um núcleo denso, um manto e uma crosta), os novos dados sugerem que o asteroide é muito mais homogêneo do que se pensava anteriormente.

Sua massa parece ser distribuída de forma mais uniforme, com um núcleo muito pequeno ou até mesmo inexistente de material denso. Essa descoberta desafia os modelos tradicionais de diferenciação para grandes asteroides e pode sugerir uma história de formação diferente para Vesta, talvez originária dos detritos de um impacto catastrófico entre corpos planetários primitivos.

Ambas as investigações destacam a crescente sofisticação e utilidade das medições de gravidade feitas por espaçonaves em órbita. Essa técnica de gravimetria remota está se tornando uma ferramenta indispensável para sondar o interior invisível de corpos planetários, oferecendo uma alternativa menos dispendiosa e arriscada às missões que exigem pousos e perfurações.

Essas descobertas não apenas refinam nossa compreensão de como a Lua e os asteroides se formaram e evoluíram, mas também fornecem insights valiosos sobre os processos que moldaram nosso próprio planeta e o sistema solar como um todo.

La Verdad Yucatán

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