A pesca contribui com 53,6% para o crescimento econômico da área metropolitana de Nuevo León

Monterrey, Holanda. A chegada da montadora KIA México em 2015 e o Centro Industrial Ternium transformaram completamente a paisagem rural de Pesquería. De uma cidade com apenas 20.800 habitantes em 2010, sua população disparou para 147.624 em 2020, tornando-se o município com o maior ultracrescimento de todo o país, de acordo com o Censo Intercensus de 2025.
Além disso, entre 2012 e 2021, sua contribuição para o crescimento econômico da região foi de 53,6%, segundo estimativas da Escola de Economia da UANL com base em imagens de satélite da NASA, que mediram o aumento da luminosidade noturna.
Edgar Mauricio Luna Domínguez, diretor do Centro de Pesquisas Econômicas (CIE) da UANL, explicou ao El Economista que essa análise por meio de mapas de luz permite estimar a atividade econômica e, no caso de Pesquería, apresentou um crescimento muito superior ao de outros municípios metropolitanos.
No entanto, ela esclareceu que os dados de Pesquería foram apresentados por Joana Chapa, diretora da Faculdade de Economia da UANL, referentes ao período de 2012 a 2021.
“Primeiramente mapeamos a luminosidade (dos municípios metropolitanos) em 2012 e depois calculamos o equivalente da luminosidade em termos de crescimento da atividade econômica, correspondente a 2024. Como resultado dessa análise, divulgaremos o Índice de Atividade Econômica em algumas semanas”, enfatizou Luna Domínguez.
Os municípios onde a população disparouAo analisar outros municípios que apresentaram ultracrescimento, utilizando dados do Censo Populacional e Habitacional do INEGI, El Carmen cresceu de 16.092 habitantes em 2010 para 104.478 em 2020, tornando-se o município com a segunda maior taxa de crescimento populacional. Foi seguido por Ciénega de Flores, que cresceu de 24.526 para 68.747 em 2020.
A população de García cresceu de mais de 90.000 para mais de 397.000; a população de Juárez dobrou entre 2010 e 2020, de 150.000 para 308.285; e a população de Apodaca cresceu de 467.157 em 2010 para 536.436 em 2020, de acordo com o Censo Populacional e Habitacional do INEGI.
Crescimento econômico desigualEsse crescimento populacional acelerado em vários municípios da região metropolitana também foi acompanhado pelo aumento da participação na atividade econômica da metrópole, impulsionado pela chegada de novas indústrias, empreendimentos habitacionais e outros serviços.
O diretor do Centro de Pesquisa Econômica da UANL explicou que, de acordo com o mapa de luminosidade, Monterrey continua sendo o município com maior contribuição econômica para a região metropolitana. No entanto, sua participação diminuiu: em 2012, representava 25,3% e, em 2024, caiu para 21,2%.
Apodaca mantém sua segunda maior contribuição econômica para a região metropolitana, com 17,2% em 2024, apenas 0,8 ponto percentual abaixo do nível de 2012. Este município se destaca por possuir o maior número de parques industriais, graças à sua proximidade com o Aeroporto Internacional de Monterrey.
García subiu do sexto para o terceiro lugar nesse período, aumentando de 7,37% para 10,8%, impulsionado pelo estabelecimento das indústrias automotiva, siderúrgica e de manufatura avançada, além do forte crescimento residencial. É seguida por Guadalupe, com 9,84% em 2024 — município escolhido pela empresa alemã ZF para seu centro automotivo multifuncional — e Escobedo, com 9%, devido à sua expansão para parques industriais e loteamentos.
Também foram notáveis os ganhos em Juárez, que subiu de 7,24% para 8,23%, e Santa Catarina, que subiu de 6,93% para 8,85%, impulsionados pelas expectativas em torno da fábrica de montagem da Tesla, cuja instalação ainda está pendente.
Os desafios para os municípios com alto crescimentoO rápido crescimento das áreas urbanas nos municípios de Pesquería, Ciénega de Flores, García, Juárez, Escobedo e Apodaca excede a capacidade de serviços básicos como água potável, coleta de lixo, iluminação pública, transporte e acesso a escolas. No centro de Monterrey, onde há infraestrutura suficiente, há um problema de casas desabitadas.
Edgar Luna acreditava que o planejamento urbano deveria ser coordenado entre os três níveis de governo. Atualmente, cada município toma decisões e, quando os governos mudam, as políticas mudam.
“Essa fragmentação limita a exploração de economias de escala e cria desigualdade na distribuição de serviços e infraestrutura, afetando diretamente a qualidade de vida da população”, enfatizou Luna Domínguez.
Eleconomista