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As contribuições para a previdência não serão economizadas: 80% podem ser usados imediatamente para financiar os pagamentos da previdência Colpensiones.

As contribuições para a previdência não serão economizadas: 80% podem ser usados imediatamente para financiar os pagamentos da previdência Colpensiones.
A possibilidade de que boa parte das contribuições que as pessoas fazem hoje para suas aposentadorias seja usada para financiar pagamentos mensais no sistema de prêmios médios (Colpensiones), com as mudanças introduzidas pela Lei 2381 de 2024 — ainda em análise pelo Tribunal Constitucional — continua sendo uma grande preocupação para vários setores do mercado, já que esse mecanismo coloca em risco a sustentabilidade do sistema, pois gerará um passivo que pode custar até 160% do Produto Interno Bruto (PIB).
Se essa lei, que introduz mudanças substanciais no sistema previdenciário colombiano, passar pelo crivo do Tribunal Superior, quando entrar em vigor, ponto que o mesmo tribunal terá que decidir — originalmente agendado para 1º de julho de 2025 — os recursos que começarão a fluir para o Regime de Prêmio Médio (RPM) ou Colpensiones serão significativos.
Como lembrete, a reforma estabelece que todas as contribuições previdenciárias de até 2,3 vezes o salário mínimo mensal — aproximadamente 3.274.000 pesos neste ano — deverão ser pagas ao RPM (Sistema Revolucionário de Seguridade Social), e as contribuições acima desse limite serão administradas pelos Administradores de Componentes Suplementares de Poupança Individual (Accai) atualmente autorizados: Porvenir, Protección, Colfondos, Skandia e Positiva Seguros.
Assim, estima-se que os Colpensiones receberão cerca de 3 bilhões de pesos por mês, dos quais cerca de 80% — cerca de 2,4 bilhões de pesos — serão usados para financiar pagamentos mensais sob o regime de prêmio médio (RPM) , e apenas 20% irão para o Fundo de Poupança Pilar Contributivo (Fapc), que será administrado pelo Banco da República.
"Em um sistema totalmente sustentável, todas as contribuições seriam economizadas, mas como esse não é o nosso caso, em que uma parte é gasta no pagamento de pensões atuais, isso cria um passivo que acabará valendo 160% do PIB", diz Andrés Mauricio Velasco, presidente da Asofondos, a associação de fundos privados.
Ele explica que isso decorre justamente do fato de que nem todas as contribuições das pessoas são economizadas, mas também porque o que é pago no final é muito maior do que o que foi contribuído.
Agora, como o governo não economizou as pensões daqueles que estão se aposentando hoje — em abril de 2025, a Colpensiones tinha quase 1,8 milhão de pensionistas —, encontrar fundos para cobrir essas pensões todo mês é quase impossível.
O especialista diz que isso é ruim, mas necessário, embora pudesse ser melhor, pois dos cerca de 2,3 pontos do PIB que deveriam ser economizados, apenas 0,5 ponto está sendo iniciado e 1,8 ponto está sendo gasto, mas esses foram os parâmetros que permaneceram na lei (artigo 24).
Este artigo estabelece que a receita de contribuição previdenciária recebida pelo Componente de Prêmio Médio do Pilar Contributivo começará em 1,8% do PIB nos três primeiros anos (2025-2028), cairá para 1,6% no período de 2029-2035 e depois para 1,4% entre 2036 e 2040. Será de 1,2% no período de 2041-2050 e se estabilizará em 1% do PIB a partir de 2051.
Validade da lei
Como parte dos fundos que começarão a fluir para o RPM caso a Lei 2381 seja aprovada pelo Tribunal Constitucional, eles serão administrados no Fundo de Poupança Pilar Contributivo (Fapc), gerido pelo Banco da República. Seu gestor, Leonardo Villar, tem insistido na necessidade de clareza quanto ao momento da entrada em vigor da referida regulamentação, visto que é necessário não apenas avançar na assinatura de alguns contratos para a gestão dos fundos, mas também realizar testes técnicos fundamentais.

Leonardo Villar, Gerente Geral do Banco da República da Colômbia. Foto : César Melgarejo/El Tiempo

Na última Convenção Bancária, o executivo afirmou que o desafio do banco nesse sentido é enorme, pois deve "avançar na assinatura de um contrato interadministrativo entre o governo e o Banco da República para iniciar o processo de seleção e contratação dos administradores delegados das carteiras de recursos", que começarão a receber assim que a lei entrar em vigor.
Neste sentido , o gestor da Emissora solicitou ao Tribunal Constitucional, por meio de ofício enviado na última quarta-feira, que considere a possibilidade de adiar a entrada em vigor da reforma da previdência até pelo menos três meses após a publicação do acórdão que declare sua constitucionalidade.
Isso porque esse seria o prazo necessário para reativar e implementar os procedimentos operacionais e de contratação que a entidade deve realizar como administradora da FAPC. Esses processos só poderão ser realizados se a Lei 2.381 for aprovada para revisão pelo Tribunal Superior. Esses procedimentos são fundamentais para ajustar os mecanismos de recebimento e transferência de fundos de pensão para milhões de colombianos.

Andrés Mauricio Velasco, presidente da Asofondos. Foto de : Asofondos

A Asofondos já havia apresentado um pedido semelhante ao tribunal na mesma semana. Em sua carta, o sindicato argumentou que é essencial que todas as partes interessadas no sistema tenham uma data clara a partir da qual a lei entrará em vigor e que esse período deve ser razoável para concluir as tarefas regulatórias, operacionais e tecnológicas que foram suspensas pela decisão do tribunal superior.
Com base no exposto, propôs que o tribunal estabeleça em sua decisão que a regulamentação suspensa volte a vigorar no primeiro dia útil do calendário, dois meses após a decisão do Tribunal.
Proteja os recursos
Diversos setores têm insistido na necessidade de proteger a poupança previdenciária acumulada por milhões de colombianos ao longo de décadas, que hoje totaliza quase 550 bilhões de pesos. Isso inclui o saldo do Fundo de Garantia da Previdência Mínima (Fgpm), administrado por fundos privados (AFPs). Como o próprio nome sugere, esses fundos visam complementar a aposentadoria mínima daqueles cujas economias são insuficientes.
"É fundamental proteger o Fapc e o Fgpm", insiste Velasco, da Asofondos, que acredita que qualquer uso de recursos do Pilar Contributivo para financiar despesas, como, por exemplo, o pilar semicontributivo, gerará déficit. Se os recursos desse fundo de garantia forem usados para financiar as aposentadorias do RPM, isso levará ao esgotamento dos recursos destinados ao pagamento de 100% das aposentadorias mínimas da Poupança Individual Solidária (Rais).
Todos os membros da AFP contribuem para este fundo de garantia. Dos 16% que contribuem para a sua pensão, 11,5% vão para a sua conta individual, 1,5% para a MGF, que é um fundo comum para esse sistema, e os 3% restantes vão para o seguro de pensão (2,5%) e para a taxa de administração da AFP (0,5%).
O problema é que o Decreto 514 de 2024, que regulamenta a reforma da previdência, estabelece que os recursos do Fgpm podem ser utilizados para financiar as aposentadorias do RPM, o que é inconveniente, pois esses recursos são destinados a garantir o mínimo de aposentadorias para aqueles que não conseguem completar esse valor com suas economias. Por isso, o apelo insistente de entidades como a Asofondos e o centro de pesquisas econômicas Anif é para que esses recursos sejam protegidos e não utilizados para fins diversos dos originalmente previstos.
eltiempo

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