Espanha nega fornecimento de combustível ao avião presidencial de Petro devido à 'Lista Clinton'

Avião presidencial colombiano -FAC/ referência
Arquivo
Um contratempo diplomático e logístico incomum e grave ocorreu no Aeroporto de Barajas, em Madri, Espanha, onde o avião presidencial colombiano (FAC 0001), um Boeing 737-700, teve o reabastecimento negado. A informação foi divulgada por Julio Sánchez Cristo, diretor da W Radio.
O incidente, que ocorreu durante uma escala técnica na viagem do presidente Gustavo Petro ao Oriente Médio, foi diretamente atribuído à recente inclusão do presidente colombiano na "Lista OFAC (Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros)", ou "Lista Clinton", do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos.
O incidente destacou o impacto imediato e drástico das sanções dos EUA sobre os ativos e operações colombianos quando estes estão sob a utilização de uma pessoa designada na lista.Segundo relatos, as empresas que fornecem combustível no aeroporto de Madri são, em sua maioria, subsidiárias de corporações sediadas nos EUA ou empresas com capital americano. Essas empresas foram obrigadas a se recusar a fornecer combustível às aeronaves da Força Aérea Colombiana (FAC) por receio de cometerem graves violações das normas do OFAC.
Assim que a recusa da companhia foi registrada, o avião presidencial colombiano foi levado para uma base militar, onde o governo espanhol interveio para fornecer o combustível necessário.

O presidente Gustavo Petro com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita.
Presidência da Colômbia - Andrea Puentes
Fontes próximas ao Palácio Presidencial confirmaram a esta publicação que o incidente, que continua a colocar o chefe de Estado no centro das atenções, é verdadeiro. No entanto, indicaram que o assunto não foi divulgado porque está sendo tratado em sigilo.
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"Eles mantiveram tudo em segredo absoluto até vazar", disse a fonte, acrescentando: "É tudo verdade. Eles estão tendo muitos problemas com essa questão desde o fim de semana."É importante lembrar que o presidente colombiano está em viagem pelo Oriente Médio, iniciada na segunda-feira, 27 de outubro, e que se estenderá até 4 de novembro, onde visitará países como Arábia Saudita, Egito e Catar.
Em fevereiro deste ano, o presidente fez uma visita semelhante ao Oriente Médio, quando participou da Cúpula Mundial de Governos em Dubai (Emirados Árabes Unidos) e, em seguida, viajou para o Catar para fortalecer as relações diplomáticas e avançar em acordos estratégicos sobre comércio e transição energética.
Saiba mais: O presidente Petro chegou a Riade e se reuniu com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita. As regulamentações dos EUA impõem penalidades severas, incluindo multas de até US$ 250.000 ou o dobro do valor da transação não autorizada, a qualquer entidade que realize transações com indivíduos ou ativos considerados "bloqueados" pelo OFAC.
Embora a aeronave seja propriedade do Estado e não diretamente do presidente colombiano, seu uso por um "nacional especialmente designado" (SDN) ativa restrições, obrigando as empresas a exercerem extrema cautela.
Veja mais: Ministério da Energia solicita a renúncia de cinco executivos de entidades do setor energético. Este evento gerou questionamentos na Colômbia, não apenas sobre a vulnerabilidade logística do país, mas também sobre a viabilidade das viagens internacionais do presidente sob o peso dessas sanções. A Força Aérea Colombiana, responsável pelas aeronaves, é impactada por uma decisão que está completamente fora de seu controle operacional e que demonstra o alcance extraterritorial da política de sanções de Washington. FELIPE SANTANILLA AYALATEMPO
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