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A Catalunha comemora uma Diada marcada pela defesa da cultura catalã

A Catalunha comemora uma Diada marcada pela defesa da cultura catalã

A sentença sobre o catalão na educação pelo Tribunal Superior de Justiça da Catalunha (TSJC), anunciada justamente na véspera da Diada, circunstância que não é trivial nem passou despercebida, abriu caminho para que este 11 de setembro seja marcado justamente pela defesa da língua catalã, especialmente na educação, e certamente marcará os pronunciamentos e reivindicações dos partidos e entidades políticas catalãs que costumam participar ativamente dos atos desta festividade.

Esta decisão judicial, que anula grande parte do decreto de 2024 do governo catalão que protegia o catalão como língua de ensino nas escolas, já atraiu ontem a reação pública do governo socialista e da maioria dos partidos parlamentares, com exceção do PP e do Vox. O presidente Salvador Illa, que pouco depois anunciou um recurso contra a decisão, também dedicou espaço a ela em sua declaração institucional emitida ontem à noite por ocasião da Diada, na qual reafirmou seu compromisso com a defesa da cultura e da língua catalãs.

Illa argumentou que o catalão "deve continuar a ser a língua inclusiva, única e transversal do país", porque "numa sociedade global como a nossa, o catalão enriquece e contribui", afirmou. Como sinal do seu compromisso com esta questão, o chefe de Governo destacou o "grande marco" que, na sua opinião, representa a assinatura do Pacto Nacional pela Língua, que já está a ser implementado, informou. Apesar da magnitude do desafio que representa a melhoria dos índices de uso social da língua – e também a obtenção do seu estatuto de língua oficial na UE, juntamente com o basco e o galego – o presidente manifestou confiança na sua concretização.

O fato de a decisão ter sido proferida na véspera da Diada não passou despercebido.

A decisão do Tribunal Superior de Justiça (TSJC) era esperada há meses, e temia-se que fosse desfavorável, como acabou se revelando, mas a decisão vai além do que os mais otimistas esperavam. O tribunal afirma que o espanhol deve ser a língua veicular e que a "língua regional" pode ser o "centro de gravidade" do ensino, desde que "não exclua ou relegue" o espanhol. Além disso, considera que o estatuto de cooficial "é regido por um padrão de equilíbrio e igualdade entre as línguas" e que nenhum desses princípios está refletido na lei aprovada em 2024 pela maioria do Parlamento Catalão.

Segundo a decisão, o decreto aprovado "não garante a efetiva veicularidade do castelhano e contraria o equilíbrio constitucional e estatutário", e deixa ao catalão a possibilidade de exercer "uma posição de espinha dorsal" desde que se mantenha a "real veicularidade" da língua castelhana.

Leia também O TSJC anula grande parte do decreto que protegia o catalão como língua veicular nas escolas. Toni Muñoz
05/02/2014, Barcelona: Bilinguismo nas escolas. Ensino no ensino fundamental com trilinguismo. Catalão, espanhol, inglês. Línguas. Línguas, escola, faculdade, aprendizagem de línguas, catalão, espanhol, inglês, bilinguismo, trilinguismo, educação, quadro-negro. Foto: Jordi Play

A dureza da decisão se refletirá nas ruas desta quinta-feira, durante a tradicional manifestação pró-independência programada para três cidades: Barcelona, ​​Girona e Tortosa. Diversos líderes das associações organizadoras, incluindo a Assembleia Nacional Catalã (ANC), expressaram isso ontem. Em comunicado divulgado nesta quarta-feira, a ANC enfatizou que o Tribunal Superior de Justiça (TSJC) "atacou mais uma vez a língua catalã nas escolas e violou os direitos linguísticos" e que este é um novo passo na ofensiva judicial do Estado espanhol para desmantelar, literalmente, as escolas catalãs. Por isso, instaram o governo e o Parlamento catalães a desobedecer à decisão e a confrontar o Tribunal Superior de Justiça (TSJC) com "desobediência institucional".

Associações como a Plataforma per la Llengua, que participa de muitos dos eventos institucionais programados para esta quinta-feira, incluindo a oferenda de flores no monumento a Rafael Casanova e o evento institucional do Governo no Teatro Nacional, anunciaram ontem um recurso contra uma decisão que "viola os direitos dos falantes de catalão e rompe o consenso na Catalunha sobre o catalão como a língua da coesão social".

A maioria do arco parlamentar, com exceção do PP e do Vox, censura a decisão do tribunal.

Entre os partidos catalães, com exceção do PP e do Vox, todos se manifestaram contra a decisão e o farão novamente nesta quinta-feira. A ERC lamentou ontem que "os juízes continuem a se envolver em política, violando todos os critérios pedagógicos". A Junts criticou o tribunal por seu "novo ataque frontal ao catalão", mas manteve o olhar voltado para o governo catalão, que, segundo eles, vem questionando há meses para determinar o que fará nessa situação. Os Comuns (Comunistas) lamentaram ontem o "ataque ao modelo escolar catalão" representado pela decisão judicial, mas pediram uma resposta "unitária". E a CUP (Copa) chamou isso de "ataque político" à língua.

O PP e o Vox, por outro lado, comemoraram a decisão. O PP alertou ontem que "a promoção do uso do catalão não pode ser feita impondo e atacando outra língua", e o partido de extrema direita se gabou de que "Salvador Illa e seus associados, que só sabem nos reprimir e nos colocar uns contra os outros, perdem, e a liberdade, a defesa de nossas línguas e o bom senso vencem".

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