Na Argentina, os elefantes-marinhos estão sendo dizimados pela gripe aviária.

Segundo o site da BBC, que cita um estudo científico, a população de elefantes-marinhos que se reproduzem na Península Valdés, no sul da Argentina, foi reduzida em 60% pela gripe aviária. Essa doença também está afetando outras regiões do continente sul-americano.
O relato de Julieta Campagna, publicado pela BBC , é de partir o coração. "Vimos centenas de filhotes de gaivota mortos sendo devorados por outras gaivotas", lamenta a bióloga marinha. "Foi uma cena horrível." A cena em questão ocorreu em outubro de 2023 na Península Valdés, no sul da Argentina, e testemunha uma tragédia contínua, cuja dimensão completa esta cientista agora compreende. A emissora pública britânica resume a situação em sua manchete: "Gripe aviária dizima populações de elefantes-marinhos".
“Com comprimentos que chegam a 5,8 metros e pesos de até 3.700 quilos, os elefantes-marinhos-do-sul são a maior espécie de foca do mundo”, explica o site de notícias. “ Uma vez por ano, milhares deles se reúnem para se reproduzir ao longo da costa da Patagônia argentina.” A Península Valdés é um dos poucos lugares no mundo onde essa espécie se reproduz. É por isso que as descobertas de Julieta Campagna são tão catastróficas.
“ Pesquisadores estimam que quase 97% dos filhotes de elefante-marinho no local morreram naquele momento”, relata a BBC, “tornando-se o maior evento de mortalidade já registrado para essa espécie”. Em diversos países da América do Sul, como Chile e Peru, bem como em outras partes da Argentina, dezenas de milhares de elefantes-marinhos foram encontrados mortos entre 2022 e 2023. Cientistas alertam que esse número pode representar apenas a ponta do iceberg.
A gripe aviária é, portanto, responsável por essas mortes, provavelmente se espalhando pelo mundo através de aves marinhas migratórias que se alimentam de carcaças infectadas de outras aves ou mamíferos. A gripe aviária também é transmitida entre mamíferos, como evidenciado no caso dos elefantes-marinhos argentinos.
No final de setembro de 2025, os resultados de estudos científicos recentes revelaram que a população de elefantes-marinhos na Península Valdés havia diminuído em 60% após a epidemia de gripe aviária. Essa queda drástica pode levar a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) a classificar a espécie como "em perigo". Isso seria um problema para todo o planeta, conclui a BBC, já que "os elefantes-marinhos estão entre os principais predadores da cadeia alimentar, e o declínio em sua população pode desencadear efeitos em cascata que podem impactar todo o ecossistema".
Courrier International




