O Círculo Empresarial pede que eleições sejam convocadas se não houver orçamento.

O Círculo Empresarial convoca eleições gerais caso o governo não aprove o Orçamento Geral do Estado para 2026. A organização empresarial, presidida por Juan María Nin, divulgou ontem sua posição tradicional sobre a lei de contas públicas do Estado, afirmando que uma terceira prorrogação orçamentária seria "um fardo negativo para a economia espanhola" e obrigaria Pedro Sánchez a encerrar seu mandato.
Coincidindo com o início do processo de preparação do orçamento lançado pelo Ministério das Finanças na semana passada, o Business Circle emitiu uma forte declaração a favor da dissolução do Parlamento pelo Primeiro-Ministro se o Executivo não conseguir superar o bloqueio dos seus membros ao orçamento: "É um imperativo moral e político convocar eleições gerais para resolver a situação", acrescenta a organização empresarial.
“Uma anomalia política e constitucional”Juan María Nin, presidente do Círculo de Empresários, descreve a situação atual, que já conta com duas prorrogações orçamentárias, como "uma anomalia política e constitucional" com "um custo elevado para a Espanha". O empresário acrescenta que as reformas de que o país necessita estão sendo adiadas, "o que gera maior incerteza, menos investimentos e a estagnação de projetos estratégicos", e que uma terceira prorrogação atrasaria ainda mais essas reformas. Nin enfatiza que os orçamentos atuais foram concebidos para um ciclo econômico e um contexto geopolítico diferentes do atual, marcado internacionalmente pela guerra na Ucrânia e pela mudança de Trump nas relações dos EUA com a Europa.
O Business Circle enfatiza que o governo deve propor no projeto de lei orçamentária que está preparando medidas urgentes em três áreas. Primeiro, pede o controle da dívida pública, que ainda ultrapassa 100% do PIB. "Acumular déficits estruturais em anos de crescimento razoável reduz a margem de manobra diante de futuras recessões", enfatiza.
A organização empresarial também defende a atualização das faixas de alíquota do imposto de renda para ajustá-las à inflação, uma decisão fiscal que o governo se recusou a implementar e que prejudicou a classe média. Por fim, o Business Circle alerta que a economia espanhola poderá não ter acesso a todos os fundos do programa Próxima Geração se os compromissos assumidos com a Comissão Europeia não forem cumpridos.
Em conclusão, para o Business Circle, "uma extensão orçamentária é compreensível", duas são um "mau sinal", mas uma terceira deve levar o governo a chamar os espanhóis às urnas.
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