Vitória apertada no primeiro turno das eleições presidenciais polonesas para Trzaskowski, que enfrentará Nawrocki no segundo turno

Os resultados oficiais do primeiro turno das eleições presidenciais da Polônia foram anunciados, confirmando uma vitória apertada de Rafał Trzaskowski, candidato do principal partido centrista governista da Polônia, a Plataforma Cívica (PO).

Trzaskowski obteve 31,36% dos votos, ficando à frente do segundo colocado Karol Nawrocki, candidato apoiado pelo partido de oposição nacional-conservador Lei e Justiça (PiS), com 29,54%.

Os dois agora se enfrentarão em um segundo turno em 1º de junho, e o vencedor sucederá o atual presidente Andrzej Duda quando seu segundo e último mandato expirar em agosto.

O resultado será extremamente significativo para a forma como a Polônia será governada nos próximos anos. O presidente tem pouco papel na governança cotidiana, mas pode vetar projetos de lei aprovados pelo parlamento, um poder que Duda, alinhado ao PiS, tem usado para atrapalhar a agenda do governo atual.

Os resultados também confirmam um forte desempenho da extrema-direita, cujos dois principais candidatos terminaram em terceiro e quarto lugar: Sławomir Mentzen, do partido Confederação (Konderacja), com 14,81%, e Grzegorz Braun, que foi expulso da Confederação após anunciar sua própria candidatura presidencial, com 6,34%.

Eles foram seguidos por Szymon Hołownia (4,99%) do partido centrista Polônia 2050 (Polska 2050), Adrian Zandberg (4,86%) do partido de esquerda Juntos (Razem) e Magdalena Biejat (4,23%) do A Esquerda (Lewica). Polônia 2050 e A Esquerda fazem parte da coalizão governante liderada pelo PO.

A participação eleitoral, de 67,31%, foi a maior já registrada no primeiro turno de uma eleição presidencial polonesa, superando o recorde anterior de 64,70% estabelecido em 1995.

Nas eleições presidenciais polonesas, se nenhum candidato obtiver mais de 50% no primeiro turno, os dois candidatos com mais votos se enfrentam em um segundo turno, duas semanas depois. Trzaskowski e Nawrocki agora lutarão pelo apoio daqueles que votaram em outros candidatos, ao mesmo tempo em que buscam fortalecer suas próprias bases.

Após o encerramento da votação ontem à noite, e a pesquisa de boca de urna deixar claro os resultados prováveis , Hołownia anunciou seu apoio a Trzaskowski no segundo turno.

Da mesma forma, Władysław Kosiniak-Kamysz, líder do Partido Popular Polonês (PSL), que também faz parte da coalizão governista e apoiou a candidatura de Hownia, disse que apoiaria Trzaskowski.

Biejat ainda não deixou claro seu apoio a Trzaskowski, dizendo apenas que se reunirá com ele para “conversar sobre o que é importante para os eleitores de esquerda”. Zandberg pareceu descartar o apoio a Trzaskowski, dizendo que “os eleitores não são um troféu que um político pode dar a outro”.

No entanto, o verdadeiro fazedor de reis no segundo turno provavelmente será a extrema direita. Tanto Mentzen quanto Braun são orgulhosamente anti-establishment, criticando tanto a atual administração liderada pelo PO quanto o antigo governo do PiS.

Portanto, é possível que eles não pudessem apoiar nem Trzaskowski nem Nawrocki. No entanto, na noite de domingo, Krzyszstof Bosak, que ao lado de Mentzen é um dos líderes da Confederação, pareceu sugerir apoio a Nawrocki.

“O apoio total aos candidatos do lado direito do espectro é satisfatório”, escreveu Bosak, referindo-se à pesquisa de boca de urna. “A segunda rodada é vencível!”

Pesquisas de opinião nas últimas semanas, incluindo uma realizada ontem, indicaram uma vitória apertada de Trzaskowski em um possível segundo turno com Nawrocki. Entretanto, muita coisa pode mudar nas próximas duas semanas.

As três maiores emissoras da Polônia, a pública TVP e as privadas TVN e Polsat, estão planejando realizar um debate televisionado entre os dois candidatos do segundo turno na quarta-feira desta semana. Trzaskowski confirmou sua participação, mas Nawrocki ainda não o fez.

Enquanto isso, a emissora conservadora Republika pretende realizar seu próprio debate na sexta-feira. Trzaskowski se recusou a comparecer aos debates anteriores realizados pela emissora antes do primeiro turno.

Crédito da imagem principal: Wojciech Habdas / Agencja Wyborcza.pl