‘Incompreensível’, diz Gleisi sobre a decisão do Copom de elevar a Selic a 15%

A ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais, disse não compreender o que motivou a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de elevar a Selic a 15% ao ano. A decisão foi oficializada no fim da tarde de quarta-feira 17.
Para a ministra responsável pela articulação política do governo Lula (PT), porém, o Banco Central errou ao tomar a decisão de subir a taxa básica de juros em 0,25%.
“No momento em que o país combina desaceleração da inflação e déficit primário zero, crescimento da economia e investimentos internacionais que refletem confiança, é incompreensível que o Copom aumente ainda mais a taxa básica de juros”, publicou Gleisi, na manhã desta quinta-feira 18, em uma rede social.
Desta vez, Gleisi optou novamente por não mencionar Gabriel Galípolo, economista indicado por Lula para substituir Roberto Campos Neto na presidência do Banco Central.
“O Brasil espera que este seja de fato o fim do ciclo dos juros estratosféricos”, finalizou a ministra em referência ao comunicado do Copom após a reunião. Segundo a nota, se confirmado o cenário esperado, a tendência é interromper o ciclo de alta na próxima reunião, prevista para o fim de julho.
O mesmo comunicado, porém, deixa em aberto a possibilidade de uma nova alta ao dizer que “não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado”.
A Selic atual, de 15% ao ano, é a mais alta desde julho de 2006 e a segunda maior taxa real do mundo, atrás apenas da Turquia, um monitoramento das consultorias MoneYou e Lev Intelligence.
A decisão de adotar este patamar para a taxa foi tomada por unanimidade pelo Comitê presidido por Galípolo. Essa é a quarta vez que o economista lidera o encontro.
CartaCapital