Lucro da Mota-Engil atinge recorde de 123 milhões em 2024
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A Mota-Engil registou em 2024 lucros de 123 milhões de euros, o que representa um aumento de 8% face aos 113 milhões apurados em 2023.
Em comunicado à CMVM, o grupo liderado por Carlos Mota dos Santos (na foto) salienta ter obtido no ano passado "os melhores resultados de sempre", com "recorde de volume de negócios, EBITDA e resultado líquido", antecipando em dois anos as metas definidas no plano estratégico para 2026.
O volume de negócios do grupo atingiu os 5.951 milhões de euros, aumentando 7% em comparação com o ano anterior. Já o EBITDA cresceu 14% para 955 milhões de euros, com a margem a alcançar os 16%, frisando a empresa na mesma nota "os níveis inéditos de atividade e rentabilidade".
Sublinhando a antecipação em dois anos de alguns dos principais objetivos definidos no "Building´26" – como volume de negócios, margem EBITDA e rácio dívida líquida/EBITDA, o grupo revela que vai iniciar ainda em 2025 a elaboração um novo plano estratégico com novos objetivos até 2030.
Relativamente ao desempenho financeiro, a Mota-Engil manteve novamente em 2024, como em anos anteriores, um rácio de dívida líquida/EBITDA abaixo de 2 vezes (1,8 vezes), apesar de ter realizado investimentos no total de 511 milhões de euros, dos quais 76% em áreas de crescimento como o ambiente e engenharia industrial. A dívida líquida era em dezembro de 1.732 milhões.
Por áreas de negócios, o grupo salienta o crescimento de faturação em todas as áreas de negócio, que foi de 8% na engenharia e construção, 10% no ambiente e 5% na Mota-Engil Capital e MEXT.
Na área da engenharia e construção, em África o crescimento do volume de negócios foi de 15% para 1.748 milhões e na América Latina de 8% para 2.976 milhões. Já na Europa, e depois da venda das operações na Polónia em setembro, registou um recuo de 12% para 583 milhões.
A carteira de encomendas atingiu os 15,6 mil milhões de euros, com 8 mil milhões de euros adjudicados apenas em 2024. O valor compara com 12,9 mil milhões em dezembro de 2023.
Só em Portugal a carteira de encomendas atingiu os 928 milhões de euros, um aumento de 57% face a 2023, essencialmente devido ao novo Hospital Lisboa Oriental.
"O nível histórico de carteira de encomendas reforça a convicção para a continuidade de um ciclo virtuoso e de crescimento sustentável para os próximos anos, alicerçado em mercados e segmentos de atividade de margem média superior no portefólio do grupo, o que assegurará o suporte para a continuidade de margens superiores à Indústria a nível internacional", afirma.
Em termos de perspetivas para 2025 o grupo prevê o crescimento do volume de negócios em um dígito, com África a ser o principal motor da rentabilidade nos próximos anos. Aponta ainda a uma margem EBITDA de 16% e para a manutenção de uma carteira de encomendas a níveis históricos focada nos mercados core e em projetos de grande dimensão. Para 2025 prevê ainda o reforço do seu programa de eficiência, assume o compromisso de manter o rácio divida líquida/EBITDA abaixo de 2 vezes e da dívida bruta/EBITDA abaixo de 4 vezes, assim como progredir para o objetivo de um rácio capital próprio/ativo acima de 15%.
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