O impacto do sol na saúde da pele

No Dia Europeu do Melanoma, importa reforçar uma mensagem que, embora repetida ano após ano, continua a ser subestimada: a exposição solar desprotegida é a principal responsável pelo envelhecimento precoce da pele e um fator de risco direto para o desenvolvimento de cancro cutâneo. Não se trata de alarmismo. Trata-se de ciência, prevenção e, acima de tudo, consciência.
Os raios UVA e UVB são os protagonistas deste problema. Enquanto os UVB provocam as conhecidas queimaduras solares, os UVA penetram mais profundamente, degradando o colagénio e a elastina – duas proteínas essenciais para a firmeza e elasticidade da pele. Este fenómeno, conhecido como fotoenvelhecimento, manifesta-se em rugas, manchas, perda de brilho e textura. Mas vai além da estética: a radiação UV pode induzir mutações no DNA celular, interferindo com os mecanismos naturais de defesa e regeneração, potenciando assim o risco de cancro da pele.
É por isso essencial reconhecer os sinais de alerta: feridas que não cicatrizam, manchas que mudam de forma ou cor, sinais que crescem ou descamam. A vigilância é fundamental, mas a prevenção é ainda mais eficaz. O protetor solar continua a ser o melhor creme antienvelhecimento ao nosso dispor – e deve ser usado todos os dias, mesmo fora da praia, mesmo em dias nublados. A radiação UVA atravessa vidros, refletindo-se no nosso dia a dia, dentro do carro ou ao lado da janela de casa. A pele não distingue lazer de rotina: o dano acontece sempre que há exposição sem proteção.
Há também grupos que exigem atenção especial nos meses mais quentes. Pacientes com rosácea, por exemplo, devem evitar calor excessivo, pois a dilatação dos vasos agrava a vermelhidão. Quem sofre de psoríase pode beneficiar do sol, mas a exposição deve ser sempre moderada, controlada e com proteção adequada. E quem tem cicatrizes recentes – por cirurgia ou outros procedimentos – deve protegê-las com rigor durante pelo menos um ano, para evitar hiperpigmentações permanentes.
A medicina estética oferece soluções eficazes para reparar os danos causados pelo sol – como peelings químicos, microagulhamento ou tratamentos despigmentantes – mas a escolha do procedimento certo exige avaliação médica, conhecimento e experiência. Nas mãos erradas, os riscos superam os benefícios.
Vale a pena lembrar que nem tudo é negativo: o sol também tem benefícios importantes para a saúde. Estimula a produção de vitamina D, essencial para os ossos, imunidade e regulação do humor. Ajuda a controlar doenças como o acne e a psoríase. Mas, como em tudo, o segredo está no equilíbrio.
Neste Dia Europeu do Melanoma, o apelo é simples: aproveitemos o bom tempo, mas com responsabilidade. Usemos o protetor solar como um hábito diário. Observemos a pele com atenção e recorramos a especialistas sempre que necessário. Porque cuidar da pele hoje é garantir saúde, bem-estar e juventude para o futuro.
observador