BCP leva Lisboa para o ‘vermelho’ em dia positivo na Europa

A bolsa de Lisboa contrariou o sentimento otimista que se viveu na sessão europeia, marcada pelo primeiro dia da reunião de Jackson Hole, nos EUA. A desvalorização forte do BCP penalizou o índice de referência, que terminou o dia em perda.

O PSI recuou 0,50% e ficou-se pelos 7.980 pontos na sessão desta sexta-feira. O Millenium BCP caiu 3,41% e as ações ficaram-se pelos 0,77 euros, tendo empurrado o índice para terreno negativo. Seguiram-se tombos de 2,72% para 5,19 euros na Mota-Engil, 2,49% até aos 7,83 euros na Corticeira Amorim e 2,43% para 20,90 euros na Jerónimo Martins.

Por outro lado, a EDP Renováveis avançou 2,39% até aos 10,70 euros por título, ao passo que a Navigator ganhou 2,22% para 3,41 euros e a Altri somou 2,16% até aos 5,21 euros.

Entre as principais congéneres europeias, notou-se sentimento positivo, gerado pelo discurso de Jerome Powell em Jackson Hole. O tom do presidente da Fed leva a um crescimento da crença de que para a reunião do próximo dia 17 de setembro está reservado um corte nas taxas de juro.

Os principais índices registaram ganhos, de forma particular com 0,76% em tália e 0,70% em Espanha. Seguiram-se incrementos de 0,40% em França, 0,32% na Alemanha e 0,09% no Reino Unido, ao passo que o índice agregado Euro Stoxx 50 se adiantou 0,39%.

Nos futuros, o Brent sobe 0,03% até aos 67,69 dólares por barril, ao passo que o WTI avança 0,16% e está a ser negociado nos 63,62 dólares por barril. No mercado cambial, o euro avança 1,01% face ao dólar, pelo que o euro está a ser negociado por 1,1723 dólares.

“As bolsas europeias encerraram globalmente em alta, motivadas pelo grande entusiasmo que se vive em Wall Street, depois de Jerome Powell ter deixado a porta aberta a novas descidas de juros já na reunião de setembro, no seu discurso no Simpósio anual de Jackson Hole”, aponta-se na análise do Departamento de Mercados Acionistas do Millenium Investment Banking.

“O PSI contrariou a tendência, com o BCP a ser arrastado pelo ambiente negativo para a banca polaca, onde detém o Bank Millennium, perante notícias de que o Ministro das Finanças da Polónia pretende aumentar o imposto corporativo para os bancos e reduzir gradualmente o imposto sobre os ativos bancários”, salientam os analistas.

“A Jerónimo Martins também foi castigada pela reação negativa às contas da Dino Polska, a sua concorrente polaca, no país de onde vem a maior fatia de receitas da retalhista portuguesa”, apontam ainda.