Sampaio da Nóvoa não desfaz tabu presidencial

O tempo passa, o centro-esquerda que não quer António José Seguro como candidato presidencial desespera, mas ainda não foi desta que António Sampaio da Nóvoa clarificou a sua posição sobre uma candidatura a Belém. Está fechado em copas e nem sequer diz se ou quando pondera dizer o que pensa ou confirma se está a pensar em alguma coisa.
O antigo reitor da Universidade de Lisboa que em 2016 se candidatou nas presidenciais (e ficou em segundo lugar, atrás de Marcelo Rebelo de Sousa) só parece preocupado em garantir que foi ele a lançar-se nesse campo. Esta quarta-feira, quando questionado pelos jornalistas, sobre se reconhecia estar a alimentar alguma expectativa quis garantir: “Não fiz nenhuma declaração sobre isso, não alimentei nenhuma expectativa”.
Mas está a ponderar? Tenciona falar sobre o assunto em algum momento? O que acha dos apoios que têm surgido a uma eventual candidatura sua? A tudo isto Sampaio da Nóvoa respondeu sem responder: “Estou aqui para falar apenas de educação e do meu trabalho académico”.
Tinha acabado de fazer uma apresentação sobre educação na Conferência Internacional sobre Educação promovida pela Universidade Lusófona e desse tema não saiu mesmo. O mesmo quando foi questionado sobre os apoios que já surgiram no PS, no BE e até sobre declarações de Augusto Santos Silva que se excluiu da corrida presidencial a defender uma candidatura de um independente na área do centro esquerda: “Não vim fazer nenhuma declaração sobre outra coisa.”
Sampaio da Nóvoa deixou a esquerda alerta quando, em dezembro do ano passado, na sua jubilação, disse que o país “não precisa de espíritos bélicos” nem de “quem ponha o país na ordem” – nas entrelinhas estava o nome de Henrique Gouveia e Melo, um potencial candidato presidencial. E ainda prometeu: “Nunca desistirei da cidadania”. A intervenção foi ouvida por quem o conhece mais de perto como uma expressão de vontade que, até aqui, ainda não lhe tinha sido detetada de forma tão clara.
Entretanto, com a saída de cena de António Vitorino e de Augusto Santos Silva, o seu nome voltou a ser desejado à esquerda onde o antigo líder do PS, Eduardo Ferro Rodrigues, já lhe declarou apoio e também José António Vieira da Silva. No Bloco de Esquerda, Joana Mortágua também já fez o mesmo. Mas Nóvoa continua a manter tudo em suspenso.
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