Moraes dá mais tempo para PF investigar Eduardo Bolsonaro por trama nos EUA

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes decidiu, nesta terça-feira 8, prorrogar por 60 dias o prazo para a Polícia Federal concluir o inquérito que apura a trama do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras. A corporação havia apresentado o pedido de extensão na última quinta-feira 3.
Em sua decisão, Moraes ressaltou “a necessidade de prosseguimento das investigações, com a realização de diligências ainda pendentes”.
A tramitação do inquérito é complexa desde o início. No começo de junho, por exemplo, a PF informou que Eduardo ignorou as primeiras tentativas de notificá-lo.
Na ocasião, a corporação afirmou ter enviado e-mails e buscado contato por WhatsApp e por telefone (para o gabinete do deputado em Brasília), sem sucesso.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apontou a possível prática de três crimes ao pedir a abertura do inquérito ao STF: coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Enquanto vive nos Estados Unidos, o filho ’03’ de Jair Bolsonaro (PL) pressiona o governo de Donald Trump a aplicar sanções contra autoridades brasileiras, principalmente Moraes.
A PGR ainda não atribui esses crimes a Eduardo. Ao fim da investigação da PF, Gonet poderá denunciar o bolsonarista por essas ou outras práticas, mas também poderá solicitar o arquivamento, caso entenda que não há elementos suficientes para acusá-lo.
Gonet avalia inicialmente que as ações de Eduardo se intensificam à medida que avança o processo contra o pai pela trama golpista de 2022.
Na segunda-feira 7, Eduardo agradeceu ao presidente Donald Trump por uma declaração em que defendeu Jair Bolsonaro. Nas redes sociais, o parlamentar licenciado ainda alegou que a afirmação do magnata “não será a única novidade vinda dos EUA neste próximo tempo”.
CartaCapital