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Morreu o ator Luís Lucas, fundador d'A Comuna

Morreu o ator Luís Lucas, fundador d'A Comuna

Morreu Luís Lucas, reconhecido ator português e fundador do Teatro A Comuna. A notícia foi avançada pela Academia Portuguesa de Cinema este domingo de manhã, nas redes sociais. O jornal Público reporta que o ator morreu no Hospital de Santa Marta, em Lisboa, na sequência de um enfarte de que já não recuperou, citando fonte próxima da família.

Com uma longa carreira no teatro, cinema e televisão, Luís Lucas “deixa um legado inestimável para o teatro, o cinema e a televisão em Portugal” e será recordado “pela generosidade, humor, seriedade profissional e capacidade de transitar, com igual excelência, entre o drama mais denso e a comédia mais leve”, refere a Academia Portuguesa de Cinema.

“Perdemos um ator extraordinário”, diz a atriz Maria do Céu Guerra ao Observador. “Era uma pessoa maravilhosa, uma pessoa encantadora, amigo, leal, tenho muita pena”, resume Céu Guerra, que conheceu o ator ao com ele contracenar no filme Saudades para D. Genciana (1984), de Eduardo Geada. “Era sempre um prazer trabalhar com o Luís Lucas”.

Nas redes sociais, várias figuras ligadas à representação nacional escreveram as suas notas de pesar. “Querido Luís Lucas, saíste de cena precocemente. Vamos ter que adiar a nossa colaboração teatral. Boa viagem! Boa viagem! A vida é isto…”, partilhou Diogo Infante, ator e diretor artístico do Teatro da Trindade. “Um choque! Das pessoas mais lindas que vieram a este mundo! Além do grande ator que todos conhecemos claro”, escreveu o ator José Raposo.

Nascido a 16 de junho de 1952, em Lisboa, Luis Lucas deixa um legado inestimável para o teatro, o cinema e a televisão em Portugal.

Desde jovem, Luís Lucas demonstrou uma profunda paixão pelo palco. Formou-se no Conservatório Nacional e foi um dos membros fundadores do grupo Comuna – Teatro de Pesquisa, tendo trabalhado também com companhias como a Cornucópia, Cómicos, Teatro da Graça, entre outros. A sua versatilidade e rigor artístico marcaram várias gerações de atores e encenadores.

No cinema, Luís Lucas participou em algumas das obras mais marcantes do cinema português, incluindo Alexandre e Rosa (1978), Passagem ou Meio Caminho (1980), Dina e Django (1981), Rita (1981), Ninguém Duas Vezes (1984), Le Soulier de Satin (1985), Um Adeus Português (1985), O Bobo (1987), Tempos Difíceis (1988), Non ou a Vã Glória de Mandar (1990), A Idade Maior (1991), Aqui na Terra (1993), Longe da Vista (1998), Camarate (2001), A Passagem da Noite (2002), Dot.com (2007), Sombras Brancas (2023) ou O Vento Assobiando nas Gruas (2023). A sua presença intensa, natural e carismática tornou-o um rosto familiar e muito requisitado.

Na televisão, marcou presença em inúmeras séries e novelas, do icónico Duarte & Companhia nos anos 80, a títulos como Médico de Família, Jornalistas, Ganância, Liberdade 21, Perfeito Coração, Equador, O Beijo do Escorpião ou Coração d’Ouro. Foi ainda a inconfundível voz narradora de Conta-me Como Foi, série da RTP que acompanhou várias gerações de portugueses.

A sua voz e talento também se estenderam à dobragem e locução, participando em inúmeros projetos de animação, séries e publicidade, com uma entrega sempre reconhecível.

Ao longo de mais de quatro décadas de carreira, Luís Lucas construiu uma obra sólida e diversa, deixando uma marca indelével no panorama artístico português. Colegas e público recordarão sempre a sua generosidade, humor, a seriedade profissional e a capacidade de transitar, com igual excelência, entre o drama mais denso e a comédia mais leve.

Com a sua partida, desaparece um dos maiores intérpretes da nossa cena artística, mas permanece a memória de um trabalho ímpar que continuará a inspirar atores, realizadores e espectadores

observador

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