Chile declara estado de emergência enquanto apagão mergulha o país na escuridão
O governo do Chile decretou estado de emergência depois que uma grande queda de energia deixou milhões de pessoas no país sul-americano sem eletricidade e deixou a capital Santiago na escuridão.
O apagão generalizado de terça-feira, o maior do país em anos, foi causado por uma falha em uma linha de transmissão de alta tensão no norte do Chile, disse a ministra do Interior, Carolina Toha, descartando sabotagem.
Em um discurso televisionado à nação tarde da noite, o presidente chileno Gabriel Boric disse que oito milhões de lares foram afetados pela queda de energia, que ele atribuiu a empresas privadas.
“O que aconteceu hoje é escandaloso porque não é tolerável que uma ou várias empresas impactem a vida cotidiana de milhões de chilenos, e é por isso que é dever do Estado responsabilizá-las”, disse Boric.
O serviço nacional de resposta a desastres do Chile, Senapred, disse que 14 das 16 regiões do país foram afetadas.
O governo do Chile estabeleceu um toque de recolher das 22h às 6h da quarta-feira (01h às 09h GMT) do porto mais ao norte de Arica até a região sul de Los Lagos.
O Ministério do Interior também disse que estava mobilizando forças armadas por todo o país – que se estende por 4.300 km (mais de 2.600 milhas) ao longo da costa sul do Pacífico – para manter a ordem.
Às 22h (01:00 GMT), apenas cerca de um quarto da demanda da rede elétrica do país estava novamente disponível, disse Juan Carlos Olmedo, presidente do conselho da Coordenadora Nacional de Eletricidade do Chile (CEN).
Olmedo acrescentou que a energia poderá ser totalmente restaurada pela manhã.
O diretor executivo do CEN, Ernesto Huber, disse que o órgão havia “ativado diversas usinas de energia, principalmente hidrelétricas” para tentar atender à demanda nesse meio tempo.
As luzes das ruas de Santiago ficaram apagadas e as sirenes soaram na terça-feira, enquanto o metrô da capital – que transporta milhões de passageiros por dia – foi fechado e os passageiros evacuados, informou a agência de notícias Reuters.
O ministro dos Transportes do Chile, Juan Carlos Munoz, pediu que as pessoas fiquem em casa, alertando que apenas 27% dos semáforos de Santiago estavam funcionando.
“Não há nada. Não há dinheiro. Nenhum dinheiro. Nada”, disse o morador de Santiago, Jose Luis Orlandini, à Reuters.
Autoridades do Aeroporto Internacional Arturo Merino Benitez, em Santiago, disseram que os terminais estão usando energia de emergência e os voos estão operando normalmente.
Houve choques nos mercados globais de metais, pois a interrupção fez com que grandes minas de cobre parassem de operar no norte do Chile, que é o maior produtor mundial do metal.
Al Jazeera
