UE concorda com 'um dos seus mais fortes' pacotes de sanções contra a Rússia

“A UE acaba de aprovar um dos seus mais fortes pacotes de sanções contra a Rússia até o momento”, escreveu Kaja Kallas, a principal diplomata do bloco, no X.

A UE prometeu aumentar a pressão econômica sobre a Rússia, enquanto o país continua rejeitando um cessar-fogo na Ucrânia e intensifica os ataques aéreos contra cidades ucranianas.

O pacote inclui a redução do teto do preço do petróleo russo de US$ 60 para US$ 47,6 por barril. O teto foi originalmente imposto pelo G7 no final de 2022 para reduzir as receitas petrolíferas da Rússia sem desestabilizar os mercados globais.

As sanções também contêm medidas contra 105 embarcações da "frota paralela" da Rússia e seus facilitadores, o sistema bancário russo e uma proibição dos gasodutos Nord Stream 1 e 2 que passam sob o Mar Báltico.

As exportações de combustíveis fósseis russos são uma parte crucial das receitas do país, ajudando o Kremlin a sustentar sua guerra contra a Ucrânia.

“Estamos colocando mais pressão sobre a indústria militar russa, os bancos chineses que permitem a evasão de sanções e bloqueando as exportações de tecnologia usada em drones”, disse Kallas.

Pela primeira vez, a UE também está sancionando um registro de bandeira e a maior refinaria indiana da gigante petrolífera russa Rosneft. O bloco também está mirando "aqueles que doutrinam crianças ucranianas", acrescentou o diplomata da UE.

Bruxelas está recentemente reforçando as restrições à importação de produtos petrolíferos russos por meio de terceiros países e sancionando uma entidade do setor russo de gás natural liquefeito (GNL).

O bloco também encerrou uma isenção de proibição de importação de petróleo russo para a República Tcheca, depois que o país da Europa Central anunciou que havia se tornado independente do fornecimento russo.

No geral, o 18º pacote tem como alvo 14 indivíduos e 41 entidades envolvidas nos setores de defesa, finanças e outros setores russos, elevando o número total de listagens na UE desde o início da invasão russa em grande escala para mais de 2.500.

“Acolhemos com satisfação o 18º pacote de sanções da UE contra a Rússia — o mais abrangente até o momento”, declarou o Ministro da Defesa da Ucrânia, Denys Shmyhal, acrescentando: “Todas as medidas diminuem a capacidade do agressor de travar uma guerra”.

O presidente Volodymyr Zelensky chamou a decisão de "oportuna, especialmente agora, como uma resposta ao fato de que a Rússia intensificou a brutalidade dos ataques em nossas cidades e vilas".

“Estamos preparando prontamente a sincronização das sanções europeias na Ucrânia e também estamos preparando novas decisões de sanções, tanto no nível dos parceiros quanto dentro da jurisdição ucraniana”, acrescentou.

O acordo ocorre após a Eslováquia anunciar que está pronta para apoiar o pacote após bloqueá-lo seis vezes devido a preocupações com a eliminação gradual do gás russo.

O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, cujo governo se alinhou repetidamente às posições de Moscou, disse em 17 de julho que "as opções de negociação foram esgotadas por enquanto, e continuar com nossa posição de bloqueio agora colocaria em risco nossos interesses".

Fico observou que a Comissão Europeia deu à Eslováquia, um dos países da UE que continua a ser altamente dependente do gás russo, garantias por escrito sobre a eliminação gradual planejada do gás russo para obter o apoio do país.