Crescimento industrial da Índia atinge máxima de mais de 17 anos em agosto, mostra PMI

A atividade manufatureira da Índia expandiu em seu ritmo mais rápido em mais de 17 anos em agosto, à medida que a produção acelerou em meio à forte demanda, o que aumentou as pressões inflacionárias, mostrou uma pesquisa na segunda-feira. A terceira maior economia da Ásia cresceu 7,8%, mais forte do que o esperado, no trimestre de abril a junho, bem acima da previsão mediana da Reuters de 6,7%, mostraram dados do governo na sexta-feira. A produção manufatureira aumentou 7,7% ano a ano, em comparação com 4,8% no trimestre anterior. Mas a tarifa acentuada de 50% do governo Trump sobre as importações dos EUA de produtos indianos, como vestuários, pedras preciosas e joias, calçados, artigos esportivos, móveis e produtos químicos, ameaça amortecer o crescimento nos próximos trimestres. A manufatura representa cerca de 17% do produto interno bruto da Índia. O Índice de Gerentes de Compras do HSBC India Manufacturing, compilado pela S&P Global, subiu para 59,3 em agosto - o maior desde fevereiro de 2008 - de 59,1 em julho. Embora a leitura tenha sido ligeiramente inferior à estimativa preliminar de 59,8, leituras do PMI acima de 50,0 indicam crescimento da atividade, enquanto aquelas abaixo apontam para uma contração. " O PMI industrial da Índia atingiu outra nova máxima em agosto, impulsionado por uma rápida expansão da produção. O aumento da tarifa americana sobre produtos indianos para 50% pode ter contribuído para a ligeira desaceleração no crescimento de novos pedidos de exportação, já que os compradores americanos se abstêm de fazer pedidos em meio à incerteza tarifária", disse Pranjul Bhandari, economista-chefe do HSBC para a Índia. "O crescimento geral dos pedidos, por outro lado, se manteve muito melhor, sugerindo que os pedidos domésticos permaneceram robustos, ajudando a amortecer o impacto das tarifas sobre a economia." O subíndice de produção aumentou no ritmo mais forte desde o final de 2020, com as empresas citando um melhor alinhamento entre oferta e demanda. Os novos pedidos continuaram a crescer robustamente em agosto, mantendo o ritmo acelerado observado em julho, que foi o mais rápido em quase cinco anos. As empresas atribuíram a expansão sustentada à força da demanda e às campanhas publicitárias bem-sucedidas. No entanto, os novos pedidos de exportação cresceram a um ritmo mais lento, marcando a expansão mais fraca em cinco meses, embora ainda permanecendo fortes pelos padrões históricos. Os fabricantes relataram a obtenção de novos trabalhos de clientes na Ásia, Europa, Oriente Médio e Estados Unidos. As empresas aumentaram sua força de trabalho pelo 18º mês consecutivo, embora o ritmo de criação de empregos tenha desacelerado para o seu mais fraco desde novembro de 2024. Apesar da moderação, as contratações permaneceram fortes em comparação com as tendências de longo prazo. As pressões inflacionárias aumentaram com os preços de insumos e produtos subindo para uma alta de três meses. Os custos de insumos continuaram a subir, embora levemente, com os fabricantes relatando preços mais altos para rolamentos, couro, minerais, aço e componentes eletrônicos. Em contraste, os preços de venda aumentaram acentuadamente, à medida que as empresas alavancaram condições de demanda robustas para repassar os custos aos clientes. As empresas também impulsionaram sua atividade de compra no ritmo mais rápido em 16 meses, significativamente acima da média de longo prazo, à medida que buscavam reconstruir os níveis de estoque. A confiança empresarial entre os fabricantes melhorou em agosto, recuperando-se da baixa de três anos de julho, apoiada pela demanda, mesmo com as tarifas dos EUA obscurecendo as perspectivas de crescimento.