Israel reabre algumas passagens de Gaza para receber ajuda, mas mantém Rafah fechada.

Israel reabriu na segunda-feira a passagem de fronteira de Kerem Shalom para Gaza, no sudeste do enclave, bem como outras passagens para acesso de ajuda humanitária, garantiu à EFE a Cogat, agência militar israelense que administra assuntos civis nos territórios palestinos ocupados.

"Seguindo uma diretriz da cúpula política, a passagem de Rafah permanecerá fechada à circulação de pessoas até novo aviso", disse o comunicado da organização, sem mencionar quando a ajuda poderá ser autorizada a entrar por esse ponto de passagem entre Gaza e o Egito.

Israel fechou todos os pontos de acesso a Gaza no domingo em retaliação a um suposto ataque do Hamas na parte sul do enclave. O exército israelense também bombardeou as partes sul e central da Faixa de Gaza.

Segundo a imprensa israelense, o governo decidiu interromper o acesso a bens básicos como alimentos, remédios e combustível a Gaza, por sugestão do Chefe do Estado-Maior do Exército, Eyal Zamir, que acusou o Hamas de violar o acordo de cessar-fogo.

O acordo anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, estipulou a entrada imediata de ajuda humanitária. O acesso ao enclave — que sofreu com a fome na Cidade de Gaza e arredores — aumentou desde o início da trégua, mas continua muito aquém das necessidades de seus 2,1 milhões de habitantes.

De acordo com o Ministério da Saúde do enclave, que informou em seu boletim diário na segunda-feira, Israel matou 45 palestinos e feriu outros 158 no domingo em ataques aéreos lançados de norte a sul da Faixa de Gaza.

Em seu comunicado, o Ministério da Saúde também informou que, no domingo, equipes de defesa recuperaram 12 corpos dentre as toneladas de escombros causadas pela ofensiva israelense na Faixa de Gaza.

Assim, o número total de pessoas mortas desde 7 de outubro de 2023 sobe para 68.216, e o número de feridos para 170.361, a maioria dos quais sofreu ferimentos com risco de vida ou amputações.

Israel diz que militantes do Hamas dispararam um míssil antitanque e várias munições contra soldados estacionados na cidade de Rafah, no sul do país, na manhã de domingo, matando dois soldados israelenses.

O grupo palestino, por sua vez, negou ter participado de uma operação lançada contra soldados israelenses e afirmou não ter contato com nenhum militante na área, que é totalmente controlada por Israel.

Ele também acusou Israel de violar o cessar-fogo, que entrou em vigor em 10 de outubro, até 80 vezes.

Desde então, de acordo com o Ministério da Saúde, os ataques israelenses mataram 80 pessoas e deixaram mais de 300 feridos, e 436 corpos foram recuperados dos escombros.

No entanto, a assessoria de imprensa do governo do Hamas aumentou o número total de mortes desde que o cessar-fogo entrou em vigor para 97 e o número de feridos para 230, em um comunicado divulgado nesta manhã.