A Flórida também está explorando diretrizes mais rígidas para o envio de remessas.

O estado americano da Flórida também tem uma iniciativa para tributar remessas e, se ela avançar, se tornará o segundo estado do país a monitorar as remessas de dólares dos migrantes, alertou o economista-chefe do BBVA para o México, Carlos Serrano.
O outro estado que tem imposto sobre remessas desde 2009 é Oklahoma. "O envio de remessas de lá não é tão intenso, mas a experiência mostra que não é uma medida muito eficaz para reduzir os fluxos de migrantes", observou.
Dados do Centro de Estudos Monetários Latino-Americanos (Cemla) mostram que 101.443 imigrantes mexicanos estavam trabalhando naquele estado em 2023, de um total de 10.918.205 imigrantes mexicanos nos Estados Unidos.
De acordo com Jesús Cervantes, chefe do Departamento de Estatísticas Econômicas e do Fórum Latino-Americano de Remessas do Cemla, Oklahoma é responsável por 1 em cada 100 imigrantes mexicanos registrados nos Estados Unidos.
Oklahoma foi responsável por 0,8% do total de remessas enviadas ao México no primeiro trimestre deste ano, totalizando US$ 112 milhões, um valor que contrasta com os US$ 4,4 bilhões enviados pela Califórnia, o maior remetente de remessas ao México.
Informações do Banco Mundial (BM) confirmam que um imposto seletivo sobre remessas nos estados poderia redirecionar fluxos por meio de entidades terceirizadas e alertam que a receita arrecadada será pequena em relação à base tributária total.
Em uma análise de 2017 desenvolvida pelo Banco Mundial com base na intenção do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor um imposto sobre remessas durante seu primeiro mandato, eles explicaram que impostos estaduais desse tipo podem encorajar funcionários expatriados ou proprietários de empresas a se mudarem para outros locais com impostos mais baixos.
Por enquanto, não há clareza sobre como o imposto federal sobre remessas funcionará em estados como Oklahoma.
O caso da Flórida
Segundo informações do BBVA, a Flórida é um dos seis estados dos Estados Unidos que mais enviam remessas para o México.
A Flórida é responsável por 3,6% do total de remessas para o país, aproximadamente US$ 2,208 bilhões.
Em janeiro deste ano, o governador da Flórida, Ron DeSantis, anunciou que proporia a verificação de identidade para transferências de remessas, exigindo que os indivíduos provassem que estão trabalhando legalmente no país antes de enviar remessas.
Da perspectiva do governador DeSantis, e conforme documentado na mídia local, ele não espera que essas medidas impeçam os imigrantes de virem para o estado, mas eles serão expostos e rastreados até as autoridades de imigração.
As remessas chegam de todos os estado da União Americana
A Califórnia é o principal estado de origem desse fluxo de moeda estrangeira, com US$ 20,412 bilhões em 2024, quase um terço das remessas enviadas dos Estados Unidos.
O segundo lugar vai para o Texas, com US$ 9 bilhões, 14,4% do total.
Mas eles observaram que as remessas são enviadas para o México de todos os 50 estados do país, incluindo Alasca, Havaí e Porto Rico.
Reportagens da mídia local citam que outros estados do país também pretendem tributar remessas com impostos que variam de 10% a 50% e incluem planos para reforçar as medidas de verificação do status de imigração nos pontos de envio de recursos.
Rotas não oficiais
O Fórum Econômico Mundial (FEM) relatou recentemente uma análise do Fundo Monetário Internacional (FMI) que estima que o valor real das remessas pode ser até 50% maior do que os números oficiais atuais sugerem.
Eleconomista