O governo concordou em reduzir a alíquota do imposto para 16 bilhões e reduzir o orçamento, mas não há ambiente para a aprovação de ambos os projetos.

De acordo com a Lei Orgânica do Orçamento, o Congresso tem apenas até 15 de setembro para aprovar o orçamento completo para o próximo ano. O prazo final é a próxima segunda-feira, e não está claro se as comissões econômicas do Senado e da Câmara terão tempo suficiente para fazê-lo. A urgência da situação ficou ainda mais evidente na quarta-feira, quando a sessão conjunta da comissão agendada para aquela manhã foi cancelada.
No entanto, já foi anunciado que a reunião está marcada para quinta-feira de manhã, às 10h30. No papel, são quatro dias para analisar se a solicitação do governo, de 556,9 bilhões de pesos, deve ser aprovada, o que parece suficiente. O problema decorre da falta de consenso nas comissões. Embora a maioria dos congressistas nas quatro comissões econômicas concorde que o valor deve ser reduzido — apenas os mais próximos do partido sustentam a tese de que ele deve permanecer como está —, não há consenso sobre o valor da redução.
O governo de Gustavo Petro já começou a ceder e propôs diversos impostos que estaria disposto a remover da reforma tributária submetida ao Congresso. De acordo com o deputado Wilmer Castellanos, presidente da Terceira Comissão, o governo já concordou em remover o IVA sobre combustíveis e carros híbridos, modular os impostos sobre bebidas alcoólicas e cobrar aluguel daqueles que ganham menos de 10 salários mínimos.
Se o governo ceder nessa posição, provavelmente também ceda no valor. A reforma tributária buscaria cobrir o déficit de 26 trilhões que acompanha o pedido de financiamento para o próximo ano. Se esses impostos, dos quais o governo abriria mão, não forem repostos, isso significa que o financiamento precisará ser reduzido para estar disponível em 2026.
Seguindo essa lógica, Castellanos e outros congressistas apontam que seria viável reduzir o valor original em 10 trilhões, reduzindo assim a reforma tributária para apenas 16 trilhões. No entanto, essa proposta não teria a aprovação plena das comissões, dificultando a aprovação do orçamento pelo Congresso.
Vários dos palestrantes consultados demonstraram forte interesse na aprovação do orçamento pelo Congresso, pois não querem ver aprovados certos poderes que permitiriam ao presidente Gustavo Petro modificar períodos orçamentários futuros. No entanto, não querem ficar "presos" a uma reforma tributária com a qual discordam e que poderia ter um efeito contraproducente neste período eleitoral.
Eles afirmam que a única maneira de aprovar a proposta do governo seria reduzindo o valor de 26,5 trilhões de pesos subfinanciados. Afirmaram que não querem de forma alguma ser forçados a aprovar uma reforma tributária, e que reduzir o valor em 10 trilhões de pesos os tornaria dependentes da votação deste projeto de lei controverso. Outros congressistas vão mais longe e afirmam que 40 trilhões de pesos deveriam ser cortados, o que foi a recomendação feita pela comissão autônoma de regulação fiscal.
Dada a falta de acordo, é improvável que qualquer uma das propostas seja aprovada. De um lado, há o setor cada vez menor que insiste em não modificar a proposta original. Depois, há o crescente setor de pessoas próximas ao governo, como Castellanos, que acreditam que um corte de 10 bilhões é suficiente, e há aqueles que se opõem ao poder executivo e dizem que o corte deve ser de 25 bilhões ou mais.
"Isso é muito complicado", dizem alguns dos consultados. Eles ressaltam que o orçamento provavelmente será aprovado por decreto. Enfatizam que, enquanto as duas comissões da Câmara votariam a proposta do governo, seja a original ou com uma redução de 10 trilhões, o Senado votaria a redução drástica. Portanto, afirmam que, a menos que algo extraordinário ocorra, o cenário de 2024 se repetirá, quando o Congresso rejeitou um orçamento pela primeira vez e ele teve que ser editado por decreto.

#Colômbiaem5minutos: CNE aprovou a fusão do Pacto Histórico Foto:
Juan Sebastián Lombo Delgado
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