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O governo do presidente Gustavo Petro pretende transformar o Ministério das Comunicações (MINTIC) em uma polícia da mídia? O projeto de lei acende o alarme antes das eleições.

O governo do presidente Gustavo Petro pretende transformar o Ministério das Comunicações (MINTIC) em uma polícia da mídia? O projeto de lei acende o alarme antes das eleições.
Um projeto de lei apresentado pelo Ministério da TIC em 20 de agosto gerou alarme em diversos setores do Congresso, que denunciaram um extrapolação das atribuições do ministério, que o transformaria em uma polícia da mídia.

O Artigo 10 da iniciativa é controverso. Foto: Captura de tela

A denúncia foi apresentada pela senadora Paloma Valencia, do Centro Democrático, que alertou que, em meio a um ano eleitoral, o poder executivo está tentando exercer controle sobre a mídia.
Valencia se refere especificamente ao Artigo 10, que fala sobre "fortalecer as funções de inspeção, vigilância e supervisão do Ministério".

Senadora Paloma Valencia, do Centro Democrático. Foto: Imprensa do Centro Democrático

O artigo estipula que o Ministério da Indústria, Comércio e Desenvolvimento (MINTIC) exerça "funções de inspeção, vigilância e supervisão no setor de tecnologia da informação e comunicação, incluindo poderes de polícia administrativa e a tomada de posse".
"O que o governo busca ao conceder ao Ministério das Comunicações e Informação (MINTIC) poderes de polícia administrativa e apreender veículos de comunicação seis meses antes das eleições? Isso representa uma ameaça direta à liberdade de imprensa e um atentado à independência da mídia. Pior ainda, os critérios para o uso desse poder serão definidos pelo próprio governo, o que é flagrantemente inconstitucional. Somente o Congresso pode definir esses parâmetros", questionou o senador Valencia.
O projeto também conta com o apoio de congressistas de diversos setores: Pedro Suárez Vaca, Pedro Flórez, Jhon Besaile, Jorge Eliécer Tamaño, Julio Elías Chagüi, Germán Blanco, María José Pizarro, Julián López, José David Name, Heráclito Landínez, Julio Elías Vidal, Clara López, Ana Paola García, Astrid Sánchez, Sandra Jaimes, Luis Carlos Ochoa, Soledad Tamayo, Eliécer Salazar, Dolcey Torres, Carlos Benavides e Sonia Bernal. A maioria é do Pacto Histórico, mas também há assinaturas do partido “U” e até de partidos conservadores e liberais.

O Ministério das TIC protocolou o projeto. Foto: X Julián Molina

O ministro das TIC, Julián Molina, se pronuncia após a denúncia de Paloma Valencia.
O próprio ministro das TIC do governo, Julián Molina, respondeu negando que o projeto de lei, que busca desenvolver o direito fundamental de acesso à internet, se tornaria uma força policial da mídia, como alega Valencia.
Falso: Em nenhum caso, e sob nenhuma circunstância, este artigo inclui a mídia ou seu conteúdo, nem o fará. A lei visa expressamente proteger a infraestrutura crítica que garante o direito dos colombianos de acessar a internet. O projeto de lei se enquadra nas competências já estabelecidas na Lei 142 para garantir serviços públicos residenciais essenciais, como a internet, que atualmente estão fora desse escopo”, afirmou Molina.

O gabinete de Julian Molina emitiu uma decisão judicial para revogar a concessão do Canal Um. Foto: @JulianRMolinaG

Mas Valencia insiste que a iniciativa, conforme redigida, propõe "poderes de inspeção, vigilância e supervisão sobre todo o setor de telecomunicações, sem distinção, o que abrange qualquer empresa que utilize o espectro eletromagnético. Isso inclui a mídia, que estaria sujeita à tomada de controle pelo governo".
"Qual o sentido de pressionar a mídia em época de eleição? Eles querem silenciar as vozes que denunciaram a corrupção deste governo?", insistiu o parlamentar da oposição.
Para Víctor Muñoz, especialista no setor de TIC, este projeto de lei é preocupante e, especificamente em relação ao artigo, alerta que falta coerência com o restante do texto, já que este ponto não está relacionado ao direito fundamental à internet.

Victor Muñoz, ex-diretor da Dapre. Foto: César Melgarejo. O TIEMPO

"Essa proposta, que consta como artigo para outorgar a si mesmo o poder de realizar uma posse, atuar como polícia administrativa e assumir o controle da mídia, não tem nada a ver com isso", afirmou Muñoz.
O especialista acrescentou que já existem mecanismos de fiscalização e supervisão, sob a liderança da Comissão de Regulação das Comunicações e da Superintendência da Indústria e Comércio, por isso considera "estranho que haja uma tentativa de replicar ou assumir essas funções. Não há critérios objetivos para o que está sendo chamado de "tomada de poder" pelo Ministério das TIC. Isso é inconstitucional".
Este projeto de lei ainda não iniciou sua tramitação legislativa e não foi encaminhado à comissão. Em pleno ano eleitoral, não se espera que tenha muita chance de ser agendado, especialmente considerando que o governo está se concentrando em suas reformas sociais, apesar de ter cada vez menos aliados no Congresso.
Outros projetos de mídia controversos
Esta não é a primeira vez que o partido no poder apresenta projetos de lei que geram alarme na mídia.
Em outubro de 2022, surgiu uma iniciativa que supostamente buscava democratizar a mídia. Uma das questões mais delicadas era a realocação de todo o espectro eletromagnético para que as mídias institucionais, públicas e privadas tivessem cotas iguais. A meta era dar a cada setor 33,3%. No entanto, o projeto não avançou muito.
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