Xi Jinping se encontra com Kim Jong-un, que está em sua quinta visita oficial à China.

O presidente chinês Xi Jinping e o líder norte-coreano Kim Jong-un se encontraram hoje em Pequim, onde Kim participou do desfile militar em comemoração ao 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico na quarta-feira, em sua quinta visita oficial ao gigante asiático.
Ainda não foram divulgados mais detalhes sobre a reunião, mas autoridades de ambos os países devem divulgá-los nas próximas horas.
O Ministério das Relações Exteriores da China indicou mais cedo hoje que os dois líderes discutiriam "questões de interesse mútuo" e reiterou a disposição de Pequim de "fortalecer a comunicação estratégica, intensificar os intercâmbios (...) e promover o desenvolvimento contínuo (...) das relações tradicionais de amizade e cooperação entre a China e a Coreia do Norte".
Kim embarcou em uma jornada de quase um dia na segunda-feira a bordo de seu trem especial para participar do desfile militar de quarta-feira na Praça da Paz Celestial, marcando sua estreia em um evento de líderes multilaterais.
No evento, que marca a rendição formal do Japão em 1945 e também contou com a presença do presidente russo Vladimir Putin e quase 30 outros líderes, a China exibiu seu poderio militar em meio à crescente desconfiança do Ocidente e às incertezas desencadeadas pela ascensão de Donald Trump à presidência dos EUA.
Uma imagem simbólicaO líder norte-coreano compareceu ao desfile sentado à esquerda de Xi, que tinha Putin à sua direita, em uma imagem altamente simbólica que marcou a primeira vez em 66 anos que os três líderes da China, Rússia e Coreia do Norte apareceram juntos em público.
Câmeras estatais mostraram Kim em pé de igualdade com os outros dois líderes.
A presença de Kim em Pequim também foi interpretada como uma tentativa de restabelecer a harmonia com a China, após tensões decorrentes da cooperação militar de Pyongyang com Moscou no conflito da Ucrânia.
O gesto de Xi de posicionar Kim ao seu lado pode indicar sua disposição em aceitar a nova aliança entre Pyongyang e Moscou, que inclui cooperação armamentista e um acordo de apoio militar em caso de agressão.
Além disso, o líder norte-coreano viajou para a China acompanhado de sua filha, cuja presença em eventos oficiais alimentou especulações sobre uma possível sucessão.
A China mostra seus músculosSegundo a mídia sul-coreana, o atual líder também acompanhou seu pai, Kim Jong-il, em pelo menos uma visita a Pequim antes de se tornar líder do país em 2011.
A capital chinesa está isolada há semanas em preparação para o evento, com medidas de segurança rígidas, incluindo proibição de drones, fechamento de tráfego e vigilância reforçada em pontes e viadutos.
O desfile incluiu 45 formações militares, bem como exibições de armamento avançado, como drones equipados com inteligência artificial, caças furtivos de última geração e mísseis balísticos intercontinentais.
Em seu discurso, Xi proclamou que "o grande rejuvenescimento da nação chinesa é imparável" e argumentou que "somente quando os países tratarem uns aos outros como iguais a segurança comum poderá ser salvaguardada e as tragédias da história evitadas".
O evento serviu para reforçar a narrativa de Pequim sobre o papel da China na derrota do Japão e na contribuição para a vitória dos Aliados na Ásia, em um momento em que o país busca se apresentar como uma alternativa confiável ao Ocidente para os países do Sul Global.
Além de Putin e Kim, líderes de países como Irã, Paquistão, Cuba, Bielorrússia e Birmânia, bem como líderes de países do Sudeste Asiático, como Camboja, Vietnã e Indonésia, também compareceram ao desfile.
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