Câmara da Guarda rendeu homenagem a todos os que participaram no combate às chamas

Na reunião do executivo municipal da Guarda, realizada a 26 de Agosto, o tema dos incêndios, foi o principal assunto abordado pelos vereadores. Tanto o executivo como os vereadores da oposição renderam homenagem e mostraram gratidão a todos os que participaram no combate às chamas que destruíram grandes áreas florestais e zonas rurais. A reunião ficou ainda marcada pelo minuto de silêncio guardado em memória de Carlos Dâmaso, ex-autarca de Vila Franca do Deão, falecido no dia 15 de Agosto, durante o combate às chamas.
Durante a sessão, o vereador do PSD, Vítor Amaral, destacou a necessidade de uma maior actuação do governo e das autarquias na prevenção e fiscalização de incêndios.
O vereador também criticou a lentidão na implementação de políticas públicas de regeneração, lembrando que, passados três anos do grande incêndio, o Plano de Revitalização do Parque Natural da Serra da Estrela ainda não saiu do papel. Para Vítor Amaral, essa situação “ilustra essa incapacidade do Estado de implementar políticas públicas regeneradoras, prometedoras daquilo que pode ser o futuro nesta região do interior”.
Sem querer entrar na discussão “entre o litoral e o interior, com declarações explosivas que se ouvem e leem nas redes sociais, nos debates infindáveis”, adiantou que “o que se sente na terra, o que se sente no terreno, o se sente cá, é de facto essa dor, que é uma dor grande pela perda permanente do nosso património e com a perda de vidas humanas como aconteceu este ano, tragicamente, na Guarda e na Covilhã”.
Para Vítor Amaral “esta indústria do fogo tem que ser controlada, tem que ser gerível, tem que haver uma afirmação corajosa por parte do Estado e não apenas casuística em momentos quentes”. Lembrou o período pré-eleitoral que se aproxima, em que “toda a gente promete tudo” adiantando que passado esse tempo “o Estado não tem respondido”.
Vítor Amaral considera que o Estado Central e as autarquias “devem assumir o papel de maior vigilância, de maior prevenção e de maior fiscalização em relação a quem prevarica relativamente à gestão inadequada da sua floresta, do seu espaço”.
O vereador do PSD referiu que foi aprovada, em reunião de Câmara, a transferência de verbas para as juntas de freguesia assumirem a responsabilidade da limpeza de estradas e caminhos, o que em muitos casos não tem acontecido. Considerou que “como cidadãos e como eleitos temos todos o dever se ser exigentes com o cumprimento daquilo que está estipulado, daquilo que foi votado, daquilo que foi assumido como responsabilidade”.
Vítor Amaral referiu que, em pleno verão, “há estradas que não estão limpas como deveriam estar”.
A vereadora do PS, Adelaide Campos, expressou solidariedade e admiração por todos os que combateram os incêndios, apontando falhas na Protecção Civil e nos planos de prevenção. Destacou o programa “Aldeia Segura”, criado durante o governo socialista de António Costa, uma ferramenta importante para informar as populações sobre os locais de protecção.
Adelaide Campos sugeriu que a empresa multimunicipal “Águas Públicas em Altitude”, que abrange os municípios de Celorico da Beira, Guarda, Manteigas e Sabugal, não contabilize o gasto excessivo de água, durante o mês de Agosto, nas freguesias afectadas pelos incêndios.
O presidente da Câmara da Guarda, Sérgio Costa, referiu que, em relação ao valor da água, essa prática tem sido recorrente em situações similares, sendo as autarquias responsáveis por assumir o diferencial de consumo.
Sérgio Costa reforçou a necessidade de um pacto de regime que permita a implementação de medidas drásticas para salvaguardar a vida dos portugueses, destacando a importância de acções coordenadas e eficazes na prevenção e combate aos incêndios.
Jornal A Guarda