Atingimos o paraíso selvagem dos esquerdistas

Notícia do Observador [23-07-2025]. Absolutamente lamentável.
Todavia, há décadas e décadas que este tipo de violência atinge todos os dias professores do ensino básico e secundário. Silenciado pelos donos do regime, qual mancha de óleo o mal foi alastrando a polícias, enfermeiros, médicos, bombeiros, incluindo às famílias, e está hoje por todo o lado. O episódio de violência ocorrido na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa é, por isso, um mero detalhe de um regime que despreza os dores dos pequenos e, ao que parece, nem com a casa em chamas reage. Os donos do regime nunca perceberam o quanto destruíram a sociedade portuguesa, nem querem perceber, académicos incluídos, os grandes doutrinadores das fraudulentas ciências da educação. Junte-se a classe política, jornalistas, ativistas, artistas, intelectuais e o resto.
O PSD é o espelho disso mesmo. Está no governo desde 2024 e o combate à indisciplina no ensino continua silenciado, longe de ser transformado em tema nacional prioritário como tem de ser. Isso obrigaria o PSD a ter de romper com a esquerda, a virar-se para o campo conservador da direita em defesa do regresso da autoridade enquanto valor social, cívico, humano, civilizacional tão importante quanto a liberdade. Em Portugal, o Partido Chega continua isolado no cumprimento desse dever inscrito no seu Programa Político desde 2021.
Nenhuma sociedade livre e civilizada funciona com equilíbrio sem a democratização e valorização cultural e cívica da autoridade institucional da mãe, pai, professor, polícia, enfermeiro, médico, bombeiro, entre outros. Quem recusa as hierarquias institucionais à custa de se atrelar à loucura do igualitarismo radical e estupidificante de socialistas, comunistas e demais esquerdistas mata a autoridade moral da palavra dessas e de outras figuras sociais de referência no exercício das suas funções institucionais. Daí os donos do regime terem burocratizado e judicializado tudo. Nada se consegue sem se preencher um papel e sem um parasita intermediário, mesmo no mais simples: a relação direta, prática, imediata de sala de aula entre professor e alunos.
Quando uma das instituições nucleares, aquelas por onde todos passamos na preparação para a vida, a escola (a outra é a família), não consegue regular as atitudes e comportamentos dos indivíduos, não consegue travar a indisciplina, depois tudo o resto falha. Essa instituição nuclear entra em falência, pois todas as instituições existem para cumprir uma função social específica (no caso ensinar) e regular as atitudes e comportamentos dos indivíduos (no caso dos alunos). Depois, o falhanço de uma instituição nuclear (a escola) arrasta necessariamente o falhanço da outra instituição nuclear (a família).
Somados e avolumados esses dois falhanços geração após geração, o impacto tem sido pesadíssimo no falhanço da sociedade inteira. Andamos nisto há bem mais de três décadas. É preciso voltar ao uso da razão, regressar à origem do mal para combatê-lo. O que se passou na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa retrata uma mera consequência de um percurso escolar e social de muitos e muitos anos daquele e dos demais alunos. Os problemas resolvem-se na fonte, na causa, não nas consequências.
Um regime que teima em não travar a pequena indisciplina escolar em fases precoces, na primeira infância, no primeiro ciclo do ensino básico, é o maior responsável pela destruição da instituição e pelo agravamento de todas as demais formas de violência social. Tem de ser julgado por isso.
O modelo de escola imposto pelo regime d’abril aos portugueses é criminoso, pois alimenta de forma direta ou indireta a delinquência juvenil, a violência contra as mulheres (se o menino desde a primeira infância não respeita a professora na sala de aula, será um milagre respeitar a mãe, avó, namorada, esposa, mais ainda no contexto da atual vaga de imigração excessiva), a violência doméstica, a criminalidade simples e qualificada, a corrupção, o parasitismo social, o desrespeito pela lei e tudo o resto. Os donos do regime andam há décadas a forçar os portugueses a mergulharem progressivamente num filme de terror como se fosse a coisa mais normal do mundo.
Além dos custos sociais pesadíssimos, existem custos não menos pesados no interior dos sistemas de ensino. São salas e salas de aula onde todos os dias pouco ou nada se aprende. São planos e mais planos de recuperação das aprendizagens que são necessários e custam caro. É o avolumar do insucesso escolar disfarçado num avassalador facilitismo nas avaliações e transições de ano, todos passam para o regime salvar a face. É o insucesso generalizado a matemática que tem muitíssimo a ver com a indisciplina e desregulação de atitudes e comportamentos. Metade dos professores – o maior segmento socioprofissional com cerca de 150.000 docentes – está em sofrimento físico e psicológico, o que tem custos também severos para os sistemas de saúde. Muitos professores entram em burnout e depressão, precisam de estar de baixa, abandonam a carreira mais cedo, desmotivam, desinvestem na instituição. Há materiais escolares danificados. Os sistemas burocráticos das escolas mobilizam e pagam a professores e funcionários que se desgastam com a indisciplina e violência nas escolas, mas sem resolverem problema algum década após década. Quantos milhões e milhões de euros e de recursos humanos tudo isto custa por ano?
Basta olhar com olhos de ver para a transformação do ambiente das salas de aula nos últimos cinquenta anos para se compreender a dimensão social e económica catastrófica semeada pelo 25 de Abril de 1974. Quando os frutos de qualquer revolução amadurecem, a sua essência sobressai cristalina.
observador