China exige departamentos de controlo de peso

Os principais hospitais da China vão ter de dispor de departamentos especializados no controlo do peso até ao final de junho, face ao aumento do excesso de peso e da obesidade no país.
A diretriz, recentemente emitida pela Comissão Nacional de Saúde e pela Administração Nacional da Medicina Tradicional Chinesa, abrange os hospitais geridos diretamente pelas agências centrais e pelas autoridades provinciais.
Os departamentos especializados deverão classificar os pacientes e oferecer planos personalizados: os que sofrem de perturbações metabólicas receberão tratamento médico específico, enquanto os idosos, os menores e as grávidas receberão planos de gestão diferenciados.
Está igualmente previsto um apoio abrangente em matéria de nutrição, atividade física, saúde mental e medicina tradicional para as pessoas com peso anormal.
De acordo com dados oficiais, entre 2018 e 2022, a proporção de adultos com excesso de peso aumentou de 22,8% para 34,3%, enquanto a percentagem de pessoas obesas duplicou de 7,1% para 16,4%, informou na quinta-feira o jornal oficial China Daily.
Entre as crianças com idades compreendidas entre os 6 e os 17 anos, 11,1% têm excesso de peso e cerca de 8% são obesas.
Estudos citados pelas autoridades sanitárias preveem que, se não forem tomadas medidas eficazes, a percentagem de adultos com excesso de peso poderá atingir 70,5% até 2030 e a das crianças 31,8%. A incidência seria mais elevada nas zonas rurais do que nas zonas urbanas.
As autoridades já lançaram, em junho do ano passado, uma campanha de três anos para promover estilos de vida saudáveis e criar um ambiente social que facilite a gestão do peso.
A Comissão Nacional de Saúde afirmou, em outubro passado, que a pressão no trabalho, o excesso de horas de trabalho ou a má alimentação são fatores de risco crescentes nas grandes cidades, enquanto nas zonas rurais o trabalho agrícola está a tornar-se menos exigente do ponto de vista físico.
“A obesidade tornou-se um importante problema de saúde pública na China e já ocupa o sexto lugar entre os fatores de risco de morte e incapacidade”, afirmou a agência.
observador