Fernando Madureira continua em prisão preventiva

Fernando Madureira, conhecido como “Macaco”, vai continuar detido no âmbito da Operação Pretoriano, depois de o Tribunal de São João Novo, no Porto, ter rejeitado o pedido da defesa para que fosse libertado. Já esta manhã, a CNN tinha avançado que o Ministério Público, em resposta, tinha defendido a manutenção da prisão preventiva. Os advogados consideram, segundo um requerimento apresentado esta quinta-feira, que a medida de coação atual é “desajustada”. Madureira é o único dos 12 arguidos na Operação Pretoriano em prisão preventiva.
No final da 13.ª sessão do julgamento, na última quinta-feira, 29 de maio, o advogado Miguel Marques Oliveira defendeu que não existe risco de perturbação do normal funcionamento do processo. “O comportamento de Fernando Madureira jamais se revelou um problema para o tribunal. A liberdade de Fernando Madureira não constitui qualquer perigo”, disse a defesa, sugerindo ainda uma medida de coação não privativa da liberdade ou de “contacto com a mulher”, com apresentações periódicas e inibição de contacto com os restantes arguidos. O julgamento retoma na segunda-feira, dia 2 de junho, quando começam os depoimentos das testemunhas de defesa.
Durante a sessão da última quinta-feira o chefe da PSP Bruno Branco, ex-amigo de Fernando Madureira e apoiante de André Villas-Boas à presidência do FC Porto, afirmou que os desacatos da Assembleia Geral do FC Porto de novembro de 2023 foram premeditados. “Por mensagens, no dia anterior, disse ao Fernando [Madureira] que só ia fazer com que a Assembleia Geral fosse impugnada. Disse-me que não havia hipótese, que ia partir aquilo ao meio, haveria “porrada” e a proposta teria de passar”, revelou.
Em causa estão 19 crimes de coação e ameaça agravada, sete de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo, um de instigação pública a um crime, outro de arremesso de objetos ou produtos líquidos e ainda três de atentado à liberdade de informação, em torno de uma AG do FC Porto, em novembro de 2023. Os arguidos começaram a responder pelos 31 crimes no Tribunal de São João Novo, no Porto, a 17 de março.
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