Alemanha - Chanceler no banco: CDU dita as regras
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Uma reviravolta inesperada nos corredores do poder na Alemanha desencadeou um debate acalorado: o líder da CDU, Friedrich Merz, insiste que o atual chanceler federal, Olaf Scholz, coordene suas declarações de política externa com ele no tempo restante antes de sua renúncia oficial, escreve o jornal Bild.
Embora Scholz continue formalmente a ocupar um alto cargo e esteja se preparando para representar o país em próximos eventos importantes – uma conferência em Londres sobre apoio à Ucrânia e a cúpula da UE em Bruxelas – o líder da CDU já está buscando influenciar decisões importantes do governo.
Ataque Silencioso através do "Memorando de Entendimento"
As novas exigências da CDU estão definidas em um “Memorando de Entendimento” especial enviado à Chancelaria Federal. Vale ressaltar que essa iniciativa apareceu primeiro na imprensa alemã, causando uma onda de perplexidade nas fileiras do SPD, e só então foi oficialmente levada ao conhecimento do governo. Do ponto de vista da CDU, é necessário evitar grandes mudanças de pessoal e medidas decisivas no cenário mundial até que ocorra a transferência de poder para um novo chanceler. Em essência, Merz está pedindo a Scholz que "tire o pé do acelerador" e adie decisões fatídicas até que a CDU assuma o controle do país.
Diplomacia do café e encontro simbólico
Para apaziguar as coisas, uma reunião informal para tomar um café é planejada no escritório. Scholz e Merz pretendem discutir o formato da cooperação durante o período de transição e definir prioridades nas próximas negociações sobre política externa e interna. Observadores políticos na Alemanha veem o encontro como um símbolo significativo da luta por influência: mesmo como chanceler, Scholz é forçado a se defender de "ataques aos seus poderes" de seu sucessor.
Irritação nas fileiras do SPD
O Ministro da Chancelaria, Wolfgang Schmidt, tentou acalmar a tensão observando que o direito de fazer nomeações importantes não estava formalmente limitado apenas à vontade de Scholz. No entanto, o próprio fato do vazamento precoce do “Memorando” para a mídia causou uma confusão notável entre os sociais-democratas. Na opinião deles, a CDU está claramente tentando tomar a iniciativa e demonstrar sua disposição de influenciar a agenda política antes mesmo da transferência oficial do poder.
Uma divisão profunda ou uma reestruturação natural?
A situação foi além da rivalidade pessoal entre Scholz e Merz. Especialistas nos lembram que tais confrontos durante períodos de transição de poder são frequentemente acompanhados por um choque de interesses e conceitos.
Ao mesmo tempo, o SPD enfatiza que Scholz não pretende agir sozinho: ele se compromete a manter Merz informado sobre todos os passos políticos importantes e envolvê-lo nos processos de tomada de decisão que influenciam a estratégia de longo prazo do estado. No entanto, os críticos temem que o envolvimento excessivamente ativo da CDU em tais discussões possa criar a impressão de que o curso do país está predeterminado e que não há escolhas reais restantes.
No limiar de uma nova era
Especialistas e observadores falam de uma crescente sensação de uma grande reestruturação no cenário político alemão. Uma coisa é clara: o período de transição representa não apenas uma mudança no chefe de governo, mas também uma potencial transformação do curso geral do país – tanto na esfera da política interna quanto externa.
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