Legisladores de Hong Kong aprovam projeto de lei para proibir apartamentos minúsculos de baixa qualidade

Os legisladores de Hong Kong aprovaram um projeto de lei para proibir moradias inadequadas em apartamentos subdivididos
HONG KONG -- Os legisladores de Hong Kong aprovaram um projeto de lei na sexta-feira que exige um tamanho mínimo, um banheiro exclusivo e outros padrões em apartamentos subdivididos — um arranjo de moradia comum em uma das cidades menos acessíveis do mundo.
Cerca de 220.000 pessoas vivem em moradias criadas pela divisão de apartamentos comuns, incluindo migrantes, trabalhadores, estudantes e jovens profissionais. Alguns dos espaços têm um vaso sanitário ao lado da área de cozinha, sem pia ou banheiro compartilhado entre vizinhos.
Pequim, que vê os problemas de moradia da cidade como um fator determinante dos protestos antigovernamentais de 2019, quer eliminar gradualmente os apartamentos subdivididos até 2049.
A Secretária de Habitação, Winnie Ho, disse que era doloroso ver pessoas vivendo em condições precárias e que esse sofrimento não deveria ocorrer em Hong Kong.
Os legisladores aprovaram o projeto de lei por votação aberta após horas de debate.
Cerca de um quarto das 110.000 casas subdivididas existentes na cidade têm menos de 8 metros quadrados (86 pés quadrados), o novo tamanho mínimo obrigatório. Em comparação, o tamanho padrão de uma vaga de estacionamento na cidade é de 10 metros quadrados (110 pés quadrados). O aluguel mensal médio de uma unidade era de 5.000 dólares de Hong Kong (US$ 640).
Estima-se que 33.000 unidades, ou 30% dos apartamentos subdivididos existentes, precisariam de grandes reformas para atender às novas exigências, e as demais precisariam de melhorias mais simples.
Entre outras condições, cada unidade habitacional deve ter pelo menos uma janela que possa ser aberta, detectores de incêndio exclusivos e uma área de banheiro fechada com uma porta separando-a do restante do apartamento.
Os proprietários terão um período de carência para reformar casas abaixo do padrão e, eventualmente, só poderão alugar aquelas que forem reconhecidas como atendendo aos padrões. Violações podem levar a uma multa de até 300.000 dólares de Hong Kong (cerca de US$ 38.500) e três anos de prisão, além de uma multa diária para infrações recorrentes.
As autoridades planejam lançar um esquema de registro em março.
Moradores de baixa renda expressaram preocupações sobre seu futuro sob as novas regras, preocupados com o aumento do aluguel e com os desafios de encontrar uma nova casa se seus apartamentos não atenderem aos padrões.
Ho disse que esperava que o aluguel não aumentasse significativamente. Alguns apartamentos de transição estão sendo planejados para moradores que se tornarem deslocados e atenderem aos requisitos de elegibilidade.
Cerca de 189.000 unidades habitacionais públicas estão planejadas para serem construídas nos próximos cinco anos.
A política não abrangerá "espaços para camas" menores, semelhantes a dormitórios. Espaços para camas são amplamente considerados a pior forma de moradia em Hong Kong — áreas divididas onde os moradores mal têm espaço para acomodar uma cama de solteiro e alguns pertences. O governo afirma que esses espaços são regulamentados por outra lei.
ABC News