Selecione o idioma

Portuguese

Down Icon

Selecione o país

Portugal

Down Icon

O valor (in)visível das soft skills

O valor (in)visível das soft skills

Nem só de técnica vive uma empresa. A transformação digital tem acelerado a procura por profissionais capazes de dominar novas linguagens, frameworks e ferramentas, mas a diferença entre um projeto que prospera e outro que fica aquém, raramente se mede apenas pelo conhecimento técnico. A forma como comunicamos, colaboramos, resolvemos problemas e nos adaptamos, as chamadas soft skills, funcionam como o verdadeiro alicerce do desempenho das equipas tecnológicas.

Hoje, mais do que nunca, as organizações precisam de profissionais completos, capazes de aliar competências técnicas a comportamentos que potenciem resultados.

Apesar de várias empresas considerarem que é mais fácil ensinar tecnologia do que desenvolver competências comportamentais, o peso do fator humano continua a ser subestimado. A comunicação clara, o trabalho em equipa, a aprendizagem contínua, a gestão de tempo e a adaptabilidade à mudança têm impacto direto na produtividade, inovação e, consequentemente, nos resultados de negócio. São estas competências que transformam um bom técnico num profissional completo e, eventualmente, num ótimo líder.

Na realidade, a ausência de soft skills nas equipas de IT pode ter efeitos visíveis: baixa produtividade, perda de conhecimento por falta de partilha entre gerações, menos inovação e resistência à mudança. Tudo isto se traduz em custos concretos, desde horas extra, trabalho redundante, maior rotatividade e até fricção com clientes.

No processo de recrutamento, por exemplo, a pressa de enviar currículos pode negligenciar a avaliação de competências comportamentais. Dinâmicas de grupo, entrevistas comportamentais e simulações de situações reais são exemplos práticos que, no passado, permitiam identificar talentos com potencial não apenas técnico, mas também humano. Recuperar estas práticas, mesmo adaptadas a formatos mais ágeis, pode reduzir riscos e melhorar a integração de novos colaboradores.

Outro desafio recorrente é a transição de técnicos para funções de liderança. Muitos profissionais são promovidos sem preparação para gerir pessoas, dar e receber feedback, conduzir reuniões ou priorizar com empatia. Ignorar este processo tem custos elevados para projetos e profissionais, e prova que nem sempre o melhor técnico é um bom líder.

Desta forma, promover a formação contínua e o desenvolvimento de planos de carreira adaptados ao perfil e às necessidades de cada colaborador é essencial. Combinar evolução técnica com desenvolvimento comportamental, especialmente se apoiado por programas de mentoria, coaching, team building e sistemas de reconhecimento, fortalece tanto o indivíduo quanto a equipa.

Assim, as soft skills não são apenas um complemento. São a infraestrutura invisível que permite à tecnologia alcançar o seu verdadeiro potencial. Equipas que as valorizam tornam-se mais equilibradas, inovadoras e rápidas a aprender e agir. A qualidade dos projetos cresce, a motivação aumenta e a inovação passa a fazer parte da rotina.

No setor tecnológico, muitas empresas ainda subestimam o verdadeiro impacto destas competências nos resultados dos seus negócios. É tempo de mudar esta visão. Reconhecer o seu valor, investir em desenvolvimento comportamental e construir planos de carreira personalizados são passos essenciais para que talento e tecnologia trabalhem, lado a lado, em perfeita harmonia.

Diretora Comercial da Olisipo

sapo

sapo

Notícias semelhantes

Todas as notícias
Animated ArrowAnimated ArrowAnimated Arrow