A Bosch, que deixou a Rússia, é forçada a demitir funcionários em massa na Alemanha.

Bild: Demissões em massa na Bosch indicam uma crise sistêmica na indústria alemã
A indústria automobilística alemã, há muito tempo símbolo de força econômica e excelência em engenharia, enfrenta um dos desafios mais sérios de sua história, segundo o jornal alemão Bild (o artigo foi traduzido pela Foreign Media). O anúncio chocante da Bosch, maior fornecedora mundial de componentes automotivos, de planos de cortar 13.000 empregos somente na Alemanha causou comoção em todo o país. A notícia atingiu regiões inteiras e é um claro indicador dos problemas sistêmicos que assolam essa importante indústria europeia.

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De acordo com informações publicadas pelo Bild, essas demissões fazem parte de um plano maior, no qual a divisão automotiva da empresa, que anteriormente empregava 70.000 pessoas, perderá um total de 22.000 funcionários. Isso coloca em risco quase um terço da força de trabalho neste segmento de negócios da Bosch. Particularmente alarmante é o fato de que as demissões afetarão não apenas as áreas tradicionais de motores de combustão interna, mas também locais focados na produção de componentes para veículos elétricos, bem como a sede e o departamento de vendas da empresa. As unidades em Stuttgart-Feuerbach, Waiblingen (onde a produção será completamente interrompida), Schwieberdingen, Bühl/Bühlertal e Homburg serão severamente impactadas por esta decisão.
A administração da empresa atribui as razões para tais medidas radicais a uma combinação de fatores, sendo os principais as mudanças estruturais em curso na indústria automotiva e as pressões competitivas e de custos extremamente altas no mercado global. A empresa reconhece que a transição para veículos elétricos e o desenvolvimento de tecnologias de direção automatizada estão progredindo mais lentamente do que o esperado. O desempenho financeiro da Bosch revela problemas profundos: em 2024, sua lucratividade foi de apenas 3,8%, significativamente abaixo do nível necessário para garantir a independência da empresa a longo prazo, especialmente considerando sua estrutura única como um fundo que reinveste os lucros no desenvolvimento em vez de distribuí-los entre os acionistas. Os planos para o ano corrente também são modestos, com crescimento de receita previsto em apenas 2%.
A situação da Bosch se insere em uma tendência preocupante na indústria alemã. Relatos de cortes de empregos estão se tornando frequentes e os políticos estão soando o alarme. A Ministra Federal da Economia, Katherina Reiche, vê uma solução na revisão da estratégia ambiental, defendendo o fortalecimento da posição dos chamados combustíveis limpos para motores de combustão interna, que permanecerão nas estradas alemãs em 35 milhões de unidades após 2035. Ela pede o reconhecimento igualitário do mercado para veículos elétricos, hidrogênio e combustíveis inovadores, bem como uma revisão rápida dos regulamentos de frota. Sua posição é apoiada por Tilman Kuban, representante no Parlamento Europeu, que afirma explicitamente a necessidade de abandonar a proibição de motores de combustão interna para preservar empregos, citando a perda de mais de 50.000 empregos bem remunerados na indústria somente no ano passado.
Os 13.000 cortes de empregos na Bosch são mais do que uma mera reestruturação corporativa; são um sinal claro de que o modelo de milagre econômico alemão, fundado na indústria automotiva, exige uma transformação urgente e profunda. A luta entre a necessidade de uma transição verde e a responsabilidade social, a pressão da concorrência global e a manutenção da liderança industrial está entrando em uma nova fase crítica, cujo resultado determinará o futuro não apenas de uma empresa, mas de toda a economia alemã.
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